Argentina celebra 30 anos de democracia em meio a saques

Em meio a saques e à violência que deixaram pelo menos nove mortos no sul do país, a Argentina festejava nesta terça-feira os 30 anos de democracia do país. Dezenas de milhares de pessoas se reuniram na terça-feira no fim do dia na Praça de Maio, no palácio presidencial, onde ocorreram shows e manifestações.

Manifestação em frente à sede do governo provincial de Tucuman, em 10 de dezembro de 2013 REUTERS/Sol Almidez

Só na segunda e na terça-feira, sete pessoas morreram em saques nas províncias situadas no norte da Argentina, onde a polícia está em greve há uma semana.

Segundo as autoridades da província de Chaco, as vítimas são três civis, que participaram dos saques na cidade de Resistencia, e um policial de 35 anos, que fazia a segurança de um supermercado e foi espancado.

Na província de Jujuy, pelo menos duas pessoas morreram: uma na cidade de San Pedro e outra em Perico. Em Tucuman, um homem atingido por balas foi hospitalizado com ferimentos graves no fígado, no rim e no tórax, mas acabou morrendo nesta manhã, segundo o diretor do estabelecimento, Diego Eskenazi.

Segundo ele, 35 pessoas foram atendidas, a maior parte com ferimentos leves, e outras com lesões mais graves provocadas por armas de fogo. Até agora, mais de 100 cem pessoas ficaram feridas nos saques, e dezenas de pessoas ficaram detidas.

Os saques começaram na última terça e quarta-feira em Cordoba, no centro da Argentina, a 700 quilômetros de Buenos Aires, e são frequentes na Argentina desde o fim dos anos 80. No ano passado, eles ocorreram em diversas cidades no país.

Para o sociólogo Enrique Zuleta Puceiro, trata-se de uma ‘’particularidade argentina que exprime uma tensão social em um país dominado pela inflação.’’