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Estados Unidos/Snowden

Edward Snowden afirma que governo americano quer matá-lo

Edward Snowden, na origem do escândalo de escutas ilegais feitas pela agência americana de segurança (NSA, na sigla em inglês), está convencido de que o governo dos Estados Unidos quer assassiná-lo. A afirmação faz parte de uma entrevista concedida à rede de televisão alemã ARD que irá ao ar na noite deste domingo (26).

O ex-agente da NSA está convencido que o governo americano quer eliminá-lo após as revelações do sistema de escuta ilegal da agência.
O ex-agente da NSA está convencido que o governo americano quer eliminá-lo após as revelações do sistema de escuta ilegal da agência. Reuters
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“Essas pessoas, que são funcionários públicos, disseram que gostariam de atirar uma bala na minha cabeça ou me envenenar na saída de um supermercado para me ver morrer embaixo de uma ducha”, explicou Snowden, segundo uma tradução em alemão de sua declaração, fornecida, através de um comunicado, pelo canal público de tevê da Alemanha ARD.

Para justificar seu temor, Snowdew se baseia em um artigo publicado na semana passada pelo site de informações BuzzFeed, com o título “Espiões americanos querem a morte de Edward Snowden”. O artigo cita um responsável anônimo do Pentágono afirmando: “Eu adoraria meter uma bala na sua cabeça”. “Em um mundo onde não houvesse mais restrições para matar um americano, eu mesmo iria e o mataria”, afirmou um analista da NSA.

Na terça-feira, o advogado russo de Snowden, Anatoli Koutcherena, revelou à televisão russa que o ex-agente da Agência americana de segurança temia por sua vida e estava sendo protegido por um guarda-costas.

Sigilo extremo

A entrevista de cerca de 30 minutos, deve ser divulgada na noite deste domingo, às 22hs (pelo horário local) pelo canal público alemão ARD. O diálogo com Snowdew foi feito por um jornalista da NDR, canal regional da rede ARD, que trabalhou nos documentos secretos entregues por Snowden a jornalistas.

A entrevista foi gravada na semana passada em Moscou e foi cercada de muito sigilo. Esta será a primeira entrevista filmada do ex-consultor desde que ele deixou Hong Kong em junho de 2013 para se refugiar na capital russa, onde vive atualmente.

O ex-consultor foi acusado nos Estados Unidos de espionagem e roubo de documentos pertencentes ao estado, depois de ter revelado um vasto sistema de vigilância eletrônica colocado em prática pelas autoridades americanas.

As revelações de espionagem do telefone celular da chanceler alemã Ângela Merkel pelos serviços secretos americanos desencadearam uma tensão diplomática entre Berlim e Washington.

As escutas realizadas sobre as comunicações eletrônicas da presidente do Brasil, Dilma Rousseff, também provocaram um grande mal estar nas relações entre Brasília e Washington. Irritada por ser alvo de espionagem de um país aliado, Dilma Rousseff cancelou uma visita oficial aos Estados Unidos, em protesto pelas ações da agência americana.
 

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