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Venezuela/ protestos

EUA demonstram “profunda preocupação” com violência na Venezuela

O secretário de Estado americano, John Kerry, declarou neste sábado (15) que os Estados Unidos estão “profundamente preocupados” com as “crescentes tensões e com a violência” na Venezuela, que chegou ontem ao 12º dia de protestos da oposição. Ontem, cerca de três mil manifestantes voltaram a lotar a região de Las Mercedes, na zona leste de Caracas.

Manifestantes reclamam da insegurança e o desabastecimento na Venezuela.
Manifestantes reclamam da insegurança e o desabastecimento na Venezuela. REUTERS/Jorge Silva
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Na opinião de Kerry, o governo do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, deve estimular o diálogo político e “colocar em liberdade os manifestantes detidos” na última quarta-feira. O americano convocou todas as partes a manter a calma e a evitar a violência.

Neste sábado, opositores e partidários do governo se reuniram em diferentes praças de Caracas e de outras cidades venezuelanas. Em 12 dias de protestos, três pessoas já morreram, todas na última quarta-feira.

Cerca de três mil opositores, a maioria estudantes vestidos de branco e com bandeiras da Venezuela, protestaram em Las Mercedes, uma zona comercial de luxo do leste de Caracas. Eles denunciavam a insegurança, a inflação e a escassez de produtos no país. A praça e as avenidas próximas ficaram lotadas.

“Antes não saíamos às ruas por causa da insegurança. Agora, saímos para protestar e nos matam. Os jovens não têm fé, nem esperança. Não podemos conseguir um trabalho e, se temos um, não dá para ter uma vida digna”, disse à agência de notícias AFP o universitário Issac Castillo, de 27 anos.

No centro de Caracas, milhares de simpatizantes do governo, em sua maioria vestidos de vermelho, também ganharam várias praças ao ritmo de tambores, enquanto alguns dançavam em ritmo coreografado. O protesto governista, com enormes bandeiras nacionais e imagens do herói nacional Simón Bolívar e do presidente Hugo Chávez, foi convocado “pela paz e contra o fascismo”.

Maduro acusa opositores

O presidente Nicolás Maduro denunciou que os protestos opositores constituem um “golpe de Estado em curso” contra seu governo, alegando que usou a força policial para impedir manifestações que não estejam autorizadas, assim como bloqueios das ruas.

Na noite de sexta-feira, manifestantes foram dispersados por guardas nacionais com bombas de gás lacrimogêneo e jatos de água, depois de bloquearem duas movimentadas avenidas. Nessa mesma hora, o presidente anunciava um plano de pacificação contra a violência na Venezuela, que inclui o desarmamento da população, uma maior vigilância policial e “normas claras para a televisão”, que ele acusa de estar a serviço da oposição.

Já os opositores responsabilizam o governo pela violência da última quarta-feira, em que mais de 60 pessoas ficaram feridas e 100 foram detidas, e exige o desarmamento dos “grupos ilegais armados” do chavismo. Depois dos incidentes, a Justiça venezuelana ordenou a detenção do líder do Vontade Popular, Leopoldo López, sob acusações de assassinato, entre outras.

López é um dos três dirigentes que promovem a ocupação das ruas sob o slogan “A saída”, contra o governo. O método divide a oposição, gerando reservas entre os dirigentes da Mesa de Unidade Democrática (MUD), incluindo o líder Henrique Capriles.
 

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