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Venezuela/Protestos

Com inflação e criminalidade em alta, Maduro completa um ano no poder

O presidente Nicolás Maduro lançou um boné com bigode para comemorar seu primeiro ano no poder da Venezuela. Mas a data está longe de ser festiva. O país, dividido politicamente, está sob fortes protestos há mais de dois meses. O clima tenso é fomentado pelos números vermelhos do país, que possui duas lideranças negativas na região: ter a mais alta inflação e ser o mais violento.

Nicolas Maduro no encontro com a oposição no dia 7 de abril
Nicolas Maduro no encontro com a oposição no dia 7 de abril REUTERS/Miraflores Palace
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Elianah Jorge, correspondentenda RFI em Caracas

Além disso, a escassez de alimentos e produtos, que também se estende ao setor médico, opacam a gestão do presidente, que se considera "filho de Hugo Chávez". O ex-motorista de ônibus assumiu sob a polêmica de ter sido alçado ao poder através de eleições fraudulentas, o que sempre negou. O fato é que a diferença de apenas 1,5 pontos foi uma das primeiras pedras no sapato de Maduro. Recentemente, no histórico diálogo entre governo e oposição, até então o único transmitido em rede nacional, o rival e líder opositor Henrique Capriles Radonski tocou no tema. Na reunião, faltaram os estudantes, grupo importante no atual cenário.

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Eliana Georges, correspondente da RFI em Caracas

Os títulos parecem não incomodar o presidente. Há pouco mais de um mês, Maduro disse "me chamem de ditador, a mim não importa", quando a opinião pública o criticou pela excessiva força utilizada no controle das manifestações. Ele também se nega a dar anistia aos presos políticos, entre eles o dirigente do partido Voluntad Popular, Leopoldo López, e os prefeitos Daniel Ceballos e Enzo Scarano, de San Cristóbal (Táchira) e de San Diego (Carabobo).

Economia é o desafio para segundo ano

O presidente afirma que os violentos protestos, que já causaram a morte de 41 pessoas até o momento, são orquestrados pela "direita fascista" e, inclusive, culpa o grupo opositor pelas mortes - que em grande maioria aconteceram entre cidadãos contra o regime madurista. Nicolás ora diz que está firme e forte no poder, ora diz que enfrenta guerras: comunicacional, econômica, supostamente orquestradas pelo "império", como Chávez costumava chamar os Estados Unidos.

Recentemente Maduro criou mais um ministério, o da Defesa Mundial da Venezuela. Outra força que o presidente possui é o braço armado do Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), conhecido como "coletivos". Em busca de uma conexão ainda maior com seus seguidores, além das transmissões obrigatórias de rádio e TV que chegam a ser realizadas duas vezes por dia, todas as terças-feiras, o próprio presidente conduz o programa "Em Contato com Maduro". Já as imprensas local e internacional já sofreram duras críticas do presidente.

Para o segundo ano de governo, o próprio Maduro afirmou que a prioridade é reforçar a economia. Os novos planos serão anunciados na próxima terça-feira. Enquanto isso, a população faz fila para conseguir alimentos.

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