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Colômbia/Eleições presidenciais

Santos é reeleito na Colômbia e negociações com Farc prosseguem

O presidente Juan Manuel Santos conquistou nesse domingo (15) a reeleição na Colômbia, com seis pontos à frente do candidato opositor Óscar Zuluaga, do Centro Democrático, partido criado pelo ex-presidente Álvaro Uribe. Santos, que foi para o segundo turno atrás de Zuluaga, conseguiu vencer após reunir a esquerda do país em torno do processo de paz com as Farc, Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia.

O presidente reeleito Juan Manuel Santos, durante o discurso de vitória
O presidente reeleito Juan Manuel Santos, durante o discurso de vitória REUTERS/Jose Miguel Gomez
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Leandra Felipe, correspondente da RFI em Bogotá

Santos agradeceu os votos e disse que não era seu nome que estava em jogo, mas o futuro da negociação de paz no país. No discurso de vitória, o presidente de 62, herdeiro de uma importante família política colombiana, prometeu conquistar uma "paz justa" e "sem impunidade". De acordo com ele, o grande desafio da nova gestão será garatir que "além de justa, a paz seja durável".

Oposição fortalecida

Sua vitória relativamente modesta (50,9% dos votos) mostra um apoio ainda hesitante às negociações e não chega a refletir uma aprovação ao primeiro mandato que, apesar das taxas de crescimento na ordem de 4% ao ano, não foi capaz de reduzir a desigualdade. Um terço dos 47 milhões de colombianos ainda vive na pobreza. As eleições de março para o Parlamento também mostraram a divisão do país, que concedeu a maioria relativa ao Centro Democrático.

Óscar Zuluaga admitiu a derrota, parabenizou o presidente e falou que continuará trabalhando pelo que acredita, mas que o importante é o fortalecimento da democracia no país. Ele sabe também que o processo de paz com a guerrilha, lançado há 19 meses em Cuba sem um cessar-fogo, é controverso. Seu padrinho político Álvaro Uribe continua popular no país por sua política de tolerância zero contra as FARC, entre 2002 e 2010.

Uribe, aliás, não aprovou da vitória de Santos. Ele pediu que a oposição continue "fiel a seus princípios" e deu uma série de entrevistas em que acusou irregularidades no processo eleitoral. As eleições foram acompanhadas por uma missão da OEA, Organização dos Estados Americanos. Antes da votação, os observadores disseram que a eleição era confiável e segura.

Brasileiros no pleito

Para ser reeleito, Santos mudou de estratégia na reta final da campanha e contratou o publicitário brasileiro, Marcos Vinícius Queiroz, que havia trabalhado na campanha da candidata esquerdista Clara López. A campanha de Zuluaga também foi conduzida por um brasileiro: Duda Mendonça, o famoso marqueteiro do ex-presidente Lula.

As eleições repetiram a alta abstenção do primeiro turno, embora tenham sido um pouco menores, foram de 58%.

 

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