Decisão de não processar policial por morte de jovem negro provoca violência em Ferguson
A violência explodiu nas ruas de Ferguson, no estado americano de Missouri, logo após o anúncio, na noite de segunda-feira (24), de que o policial branco que matou um jovem negro, em agosto passado, não será processado. O presidente Barack Obama e a família de Michael Brown pediram calma à população.
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Os protestos contra a decisão do júri de Saint Louis de não processar o policial que matou o jovem negro duraram a noite inteira. Vitrines de lojas foram quebradas e vários carros incendiados em Ferguson. Disparos de armas pesadas foram registrados no bairro onde o jovem negro Michael Brown morreu no mês de agosto, atingido por seis tiros do policial Darren Wilson.
Segundo o chefe da polícia Saint Louis, Jon Belmar, dezenas de imóveis foram incendiados e os policiais foram alvos de tiros dos manifestantes. A polícia respondeu com gás lacrimogêneo, jatos d'água e granadas de efeito moral.
Decisão do júri
Os protestos começaram nas ruas próximas de uma delegacia de polícia, onde centenas de pessoas se reuniram para acompanhar a decisão do grande júri, formado por nove brancos e três negros. Segundo o procurador do condado de Saint Louis, os jurados estimaram que não havia motivos e provas suficientes para processar o policial branco, Darren Wilson, que disse ter agido em legítima defesa.
A família de Michael Brown, que tinha 18 anos, disse ter ficado extremamente decepcionada com a decisão do júri e fez um apelo por ações pacíficas para melhorar a relação entre a comunidade negra e a polícia.
Obama pede calma
O presidente Barack Obama também pediu calma à população. “Me uno aos pedidos dos pais de Michael Brown para que os protestos contra a decisão do júri sejam feitos pacificamente", disse o presidente. Obama também fez um apelo para que os policiais atuem com prudência durante as manifestações.
Reações na França
Na França, a ministra da Justiça, Christiane Taubira, publicou um tuíte, em inglês, criticando a decisão do júri americano. “Matar os jovens antes que eles cresçam?” escreveu a ministra socialista, fazendo referência a uma música de Bob Marley. Em entrevista à rádio France Info, Taubira, que é negra, esclareceu que não “julga as instituições americanas”, mas que “demonstrou apenas sua solidariedade nesse momento extremamente doloroso.”
O ex-ministro conservador Christian Estrosi reagiu com indignação ao posicionamento de Christiane Taubira. O atual prefeito de Nice disse “ter vergonha da ministra da Justiça” e pediu sua demissão.
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