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Cuba/Estados Unidos

Segundo dia de encontro entre Cuba e EUA é marcado por divergências

Representantes cubanos e norte-americanos encerraram as reuniões pela reaproximação diplomática entre os dois países sem nenhum acordo significativo nesta quinta-feira (22). O segundo dia de discussões entre as duas delegações foi marcado pela divergência sobre os direitos humanos e terminou sem o estabelecimento de um prazo para a reabertura das embaixadas.

A vice-secretária norte-americana de Estado, Roberta Jacobson (D) e a chefe da delegação cubana, Josefina Vidal, durante o segundo dia de discussões entre Estados Unidos e Cuba, nesta quinta-feira (22), em Havana.
A vice-secretária norte-americana de Estado, Roberta Jacobson (D) e a chefe da delegação cubana, Josefina Vidal, durante o segundo dia de discussões entre Estados Unidos e Cuba, nesta quinta-feira (22), em Havana. REUTERS/Yenny Munoa/MINREX/
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Apesar da falta de decisões concretas, cubanos e norte-americanos insistiram em afirmar que a sequência dos encontros deverá “concretizar a normalização das relações entre os dois países". Sem precisar a data, a chefe da delegação cubana, Josefina Vidal, indicou que a próxima rodada de encontros entre os dois países deve ser realizada em breve.

Principais divergências

Não houve nenhuma definição ou mesmo previsão sobre a data para a reabertura das embaixadas nos dois países. Sobre essa questão, as duas partes ressaltaram as profundas divergências herdadas de meio século de antagonismos, mas estão dispostas a dar sequência às negociações. “Não posso dizer exatamente quando as embaixadas reabrirão. Trabalhamos sobre este assunto para resolvê-lo o mais rápido possível”, declarou a vice-secretária norte-americana de Estado, Roberta Jacobson.

Outro ponto de discórdia é a visão divergente que Estados Unidos e Cuba têm sobre os direitos humanos. Roberta Jacobson, a primeira autoridade norte-americana a pisar em solo cubano desde 1980, afirmou ter pressionado Havana a melhorar o tratamento dos direitos humanos no país, especialmente no que diz respeito à liberdade de expressão. Mas Josefina Vidal se apressou em rebater que a palavra “pressão” nunca foi utilizada durante as reuniões das duas delegações.

Em comunicado divulgado após o final do encontro de ontem, o governo cubano disse ter exposto sua concepção de direitos humanos e ter manifestado preocupação sobre as prisões ilegais e os atos de tortura em Guantánamo, além de se posicionar contra a brutalidade da polícia norte-americana e as desigualdades sociais nos Estados Unidos.

Próxima rodada de discussões

Roberta Jacobson preside hoje uma coletiva de imprensa em Havana sobre os dois dias deste encontro histórico entre Cuba e Estados Unidos. Já as as discussões continuam hoje para abordar os temas de cooperação bilateral no combate ao narcotráfico e ao terrorismo.

Apesar das divergências, as duas delegações ressaltaram que os debates foram “positivos e construtivos” até o momento. Mas também sublinharam que é preciso ter paciência até que o retorno dos embaixadores a Washington e a Havana seja concretizado.

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