Estados Unidos pretendem reabrir embaixada em Havana até abril
O segundo ciclo de discussões entre Estados Unidos e Cuba, ocorrido na sexta-feira (27), em Washington, com objetivo de retomar as relações entre os dois países, foi classificado pelas duas partes como “construtivo”. Ficou acordada a reabertura das embaixadas nos dois países – a representação dos EUA em Havana deve ocorrer em até seis semanas. Pelo lado cubano, a exigência de sair da lista dos países que apoiam o terrorismo ainda não tem resposta.
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Jean-Louis Pourtet, correspondente da RFI em Washington.
Roberta Jacobson, secretária de Estado adjunta para a América Latina, falou em “progressos significativos” e em discussões “construtivas e encorajadoras”. Josefina Vidal, responsável pelas relações com os Estados Unidos no governo cubano, utilizou termos parecidos para descrever o encontro.
Mas cada um dos lados tem a sua prioridade. Para os Estados Unidos, o principal, no momento, é a abertura de uma embaixada em Havana antes da Cúpula das Américas, que ocorre no Panamá, em abril, o que praticamente ficou acordado. Um aperto de mão entre Obama e Castro no Panamá significaria um sucesso diplomático para os Estados Unidos.
Por seu lado, Cuba também terá direito a reabrir sua representação em Washington, mas a ilha está mais interessada na supressão de seu nome da lista de Estados que apóiam o terrorismo, onde o país se encontra desde 1982, por ter apoiado o grupo basco ETA e outros regimes marxistas durante a Guerra Fria.
Embargo econômico continua
Embora muitos americanos avaliem que já não faz mais sentido manter a ilha nesta lista, o secretário de Estado John Kerry afirmou que a mudança neste estatuto demanda uma negociação separada, já que depende da aprovação do Congresso norte-americano.
A retirada da lista, segundo Josefina Vidal, não é pré-condição para a reabertura das embaixadas, mas “será difícil explicar que os dois países retomaram as relações diplomáticas com Cuba ainda constando em uma lista em que jamais deveria ter sido incluída”.
O fim do embarco econômico, imposto à ilha desde 1962, outra exigência cubana, também encontra oposição no Congresso americano. Muitos deputados alegam que o diálogo sobre a situação dos direitos humanos em Cuba está sendo ignorado em todo este processo de reaproximação com o país dos irmãos Castro.
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