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EUA/ Cuba

Obama e Castro conversam por telefone antes de encontro ao vivo

O presidente norte-americano, Barack Obama, e seu colega cubano, Raúl Castro, conversaram por telefone antes da Cúpula das Américas, que começa nesta sexta-feira (10), no Panamá. Vai ser a primeira vez que os líderes dos dois países participam do evento. Essa foi a segunda conversa telefônica entre Obama e Castro.  

No Panamá, Barack Obama se prepara para foto ao lado da primeira-ministra da Jamaica, Portia Simpson Miller, e do primeiro-ministro das Bahamas, Perry Christie (e.).
No Panamá, Barack Obama se prepara para foto ao lado da primeira-ministra da Jamaica, Portia Simpson Miller, e do primeiro-ministro das Bahamas, Perry Christie (e.). REUTERS/Jonathan Ernst
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"Posso confirmar que o presidente Obama falou com o presidente Castro na quarta-feira, antes de o presidente partir de Washington", afirmou uma fonte da Casa Branca.

A última vez que os dois presidentes conversaram foi em 17 de dezembro, quando anunciaram ao mundo os primeiros passos de um acordo para restabelecer as relações diplomáticas, depois de cinco décadas de tensões. Nesta sexta-feira e no sábado, será realizada a 7ª Cúpula das Américas, no Panamá, onde Obama e Castro se verão pessoalmente.

Na quinta-feira (9), o secretário de Estado norte-americano, John Kerry, se reuniu com o chanceler cubano, Bruno Rodríguez. O Departamento de Estado publicou, em sua conta no Twitter, uma foto de Kerry e Rodríguez apertando as mãos. Este foi o encontro de mais alto nível diplomático entre Estados Unidos e Cuba em meio século.

"O secretário Kerry e o ministro cubano das Relações Exteriores Rodriguez tiveram uma prolongada e construtiva conversa. Ambos concordaram que foram feitos progressos e que continuaremos trabalhando para resolver os temas pendentes", disse a fonte do Departamento de Estado.

Terrorismo

O encontro anterior entre os chefes da diplomacia de Washington e Havana remontava a setembro de 1958, lembraram funcionários norte-americanos. O Departamento de Estado recomendou a retirada de Cuba da lista de países que supostamente financiam o terrorismo, um dos passos necessários para a normalização diplomática bilateral.

"A recomendação do Departamento de Estado de remover Cuba da lista de Estados que patrocinam o terrorismo, resultado de meses de uma revisão técnica, é um importante avanço em nossos esforços para construir uma relação mais frutífera", afirmou o senador Ben Cardin, membro do comitê de Relações Exteriores da Câmara.

Ao anunciar, em 17 de dezembro passado, o início da aproximação com Havana, Obama tinha pedido ao departamento de Estado que revisasse a presença de Cuba na lista, segundo a legislação vigente.

Cuba integra a lista, que inclui ainda Irã, Síria e Sudão, desde 1982

Estados Unidos e Cuba iniciaram uma agenda de aproximação, mas Havana deixou claro que considera prioritário que o país seja retirado da lista para que avancem as negociações sobre o restabelecimento das relações diplomáticas e a reabertura de embaixadas. Em visita à Jamaica, Obama destacou que o processo de negociações "levará tempo". "Nunca previ que tudo pudesse mudar do dia para a noite", afirmou. Mas o presidente também avisou que irá para a cúpula com "uma mensagem de diálogo".

Condições

Entre os pontos de maior polêmica estão as indenizações para as empresas americanas nacionalizadas após a Revolução Cubana nos anos 1960 e a exigência, por Havana, de uma compensação pelas perdas provocadas pelo embargo comercial imposto por Washington à ilha desde 1962. Segundo Cuba, as sanções teriam provocado um prejuízo de US$ 116 bilhões.

Havana também quer a devolução da base naval de Guantánamo, no extremo leste da ilha, ocupada pelos Estados Unidos desde 1903. Este tema, no entanto, é um tabu para Washington, especialmente porque Obama ainda precisa fechar o centro de detenção que funciona na base. Cerca de 100 prisioneiros da "guerra contra o terror" permanecem detidos no local.
 

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