Solidariedade com as vítimas da seca no sul de Angola

Nas últimas semanas, a situação de cerca de um milhão de pessoas afectadas pela seca no sul de Angola tem estado em foco, designadamente devido aos apelos à solidariedade por parte da Igreja mas também por parte da oposição que tem instado o governo para que se decrete o "Estado de emergência e de calamidade nacional" naquela zona onde a seca crónica há quatro anos colocou os seus habitantes em situações de grande precariedade, havendo até relatos de fome.

Habitantes do Cunene, no sul de Angola DR

Neste sentido, têm decorrido diversas campanhas de solidariedade, nomeadamente a "SOS Cunene" que decorreu de 5 a 20 de Dezembro ou ainda o projecto "Faça-me Sorrir", iniciativas que visam providenciar alimentos, medicamentos ou ainda vestuário às populações do Cunene onde a seca é a mais grave, o governo provincial daquela região carecendo de 223.328 toneladas de alimentos para socorrer mais de 700.000 pessoas em situação precária.

Desde o começo desta semana e ainda até ao 30 de Janeiro tem decorrido uma nova campanha de solidariedade para apoiar não só as populações do Cunene como também de outras zonas onde a seca se tem feito igualmente sentir como na Huíla. No quadro desta campanha intitulada "Natal sem fome" organizada pelo sector privado, a Agência Central de Ideias, a Associação Agro-Pecuária Comercial e Industrial da Huíla e a Associação Angolana das Empresas de Publicidade e Marketing, tem-se recolhido bens alimentares mas igualmente donativos financeiros para adquirir filtros de água.

Ao falar desta campanha, Filomena de Oliveira, coordenadora desta iniciativa, evoca a situação prevalecente nas regiões atingidas pela seca e refere já ter donativos suficientes para auxiliar nos próximos dias cerca de 40 mil pessoas em total penúria no município de Curoca, no Cunene, onde o contexto é de maior urgência.

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Filomena de Oliveira, coordenadora da campanha "Natal sem fome"