Angola denuncia ingerência da União Europeia
A diplomacia angolana denunciou esta quinta-feira a "ingerência da União Europeia nos assuntos internos de um Estado soberano", numa referência à declaração conjunta de 29 de Março da UE e da embaixada da Noruega em Luanda, emitindo "reservas" quanto ao respeito pelas "garantias processuais e o princípio de proporcionalidade" em relação ao recurso que a defesa dos 17 activistas condenados anunciou apresentar.
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O secretário angolano das relações exteriores recebeu nesta quinta-feira o embaixador da União Europeia, Gordon Kricke, para esclarecimentos após uma declaração dos 28 deplorando as sentenças na segunda-feira passada da justiça angolana condenado os 17 activistas acusados de tentativa de rebelião a penas de cadeia efectiva entre 2 e 8 anos de prisão.
Ouça as declarações de Manuel Augusto, secretário de Estado angolano das relações exteriores.
Manuel Augusto, secretário de Estado angolano das relações exteriores
A eurodeputada socialista portuguesa Ana Gomes, que visitou Angola em 2015 foi uma das mentoras da resolução da União Europeia condenando a violação de Direitos Humanos em Angola, considera que "Angola não vive em democracia , vive em cleptocracia e os tribunais são orgãos que se prestam a ser manipulados pelo poder político ao mais alto nível...José Eduardo dos Santos".
Reiterando o que afirmou ontem o chefe da diplomacia portuguesa Augusto Santos Silva, Ana Gomes afirma que analisar a situação de Direitos Humanos num país "não é ingerência, mas uma preocupação e uma obrigação de todos os países".
Para Ana Gomes a sentença do caso Kalupeteka que deverá ser anunciada dia 5 de Abril deverá ser ainda mais "clamorosa" dada a interdição de observadores no local onde ocorreu o alegado "massacre" perpetrado em Abril de 2015 no Monte Sumi.
Ana Gomes, eurodeputada socialista portuguesa
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