Reestruturação da empresa diamantífera angolana
A empresa Nacional de Diamantes de Angola -Endiama- está em processo de reestruturação com vista ao aumento do valor das suas exportações. No âmbito da apresentação do balanço de actividades de 2017 e perspectivas para 2018 na semana passada, o Presidente do Conselho de Administração da empresa, Ganga Júnior, anunciou que está prevista a reavaliação da sua internacionalização.
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Já depois da chegada de novos quadros na direcção da Endiama e suas filiais no passado mês de Novembro, foi anunciada a desvinculação da Sodiam, filial da Endiama para a comercialização dos diamantes de Angola, da sociedade que controla a holding do grupo 'De Grisogono', a joalharia de luxo suíça detida por Sindika Dokolo, marido Isabel dos Santos. Agora, Ganga Júnior revelou que a Endiama deixa também as suas participações em contratos de prospecção, exploração e comercialização de diamantes na República Centro-Africana, Venezuela e China, face aos prejuízos acumulados pela empresa e a necessidade de "reforçar a sua capacidade de gestão".
Ao referir que com excepção da Sociedade Mineira de Catoca, a globalidade das restantes empresas mineiras do país apresenta prejuízos há vários anos, o Presidente do Conselho de Administração da Endiama admitiu que existem problemas de gestão, mas igualmente ao nível da comercialização, devido nomeadamente a "uma subavaliação significativa dos preços dos diamantes, em muitos casos mesmo, cerca de 40% mais baixos que os preços do mercado". Já no passado mês de Abril, a Endiama tinham lançado um apelo para que as cooperativas de exploração de diamantes e os pontos de venda tivessem mais organização e responsabilidade.
De acordo com os dados da Endiama, no ano passado, a diamantífera estatal produziu 9,4 milhões de quilates e obteve receitas da ordem dos 1.100 milhões de Dólares. Este ano, o Presidente do Conselho de Administração da Endiama refere que se prevê uma produção de 9,3 milhões quilates, o que poderá gerar um rendimento de 1.300 milhões de Dólares, no caso de haver uma "mexida nos preços". De referir que 70% das exportações angolanas de diamantes partem rumo aos Emirados Árabes Unidos, Hong Kong, Israel, Bélgica bem como a Suíça. Mais pormenores com Avelino Miguel.
Avelino Miguel, correspondente da RFI em Angola
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