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Angola

Angola: "Autárquicas não foram adiadas, porque nunca foram convocadas"

As eleições autárquicas previstas para 2020 em Angola “não foram adiadas, porque nunca foram convocadas” esclareceu hoje o chefe de Estado João Lourenço durante o discurso à nação.

João Lourenço, chefe de Estado de Angola.
João Lourenço, chefe de Estado de Angola. Lusa
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Durante o discurso à nação, esta quinta-feira, João Lourenço disse que as eleições autárquicas, previstas para 2020, “não foram adiadas porque nunca foram convocadas”, acrescentando que seria “irrealista e irresponsável” realizar uma eleição este ano, num contexto de pandemia.

O Presidente de Angola respondia às críticas do principal da oposição - UNITA que o acusou de quebrar a promessa de realizar autárquicas em 2020. No entanto, João Lourenço afirmou que as eleições autárquicas são do interesse de todos os angolanos e vão permitir o surgimento de um novo tipo de poder que vai aliviar o peso da responsabilidade que hoje recai sobre o Estado angolano.

Covid-19 abala mercado de trabalho

O Chefe de Estado angolano anunciou ainda no primeiro semestre de 2020 foram criados 19 mil empregos, porém no mesmo período sete mil angolanos ficaram sem trabalho e outros 14 mil viram os contratos de trabalho suspensos. João Lourenço atribuiu as responsabilidades à pandemia de Covid-19 que afectou o mercado de trabalho.

O Presidente angolano destacou também os avanços do Plano Integrado de Intervenção nos Municípios (PIIM) que integra 1.749 projectos, entre os quais 1.200 estão em construção, 12 terminados e 537 processos em fase de tramitação, sendo a execução financeira superior a 67 mil milhões de kwanzas, cerca de 89 milhões de euros.

Relativamente ao programa de privatizações, referiu que dos 195 activos, 40 estão em fase de concurso público e 14 já foram privatizados, representando um encaixe de mais de 31 mil milhões de kwanzas, ou seja, 41 milhões de euro.

Estado lesado em mais 24 mil milhões de dólares

O chefe do executivo angolano referiu que o Estado angolano terá sido lesado em valores superiores aos já anunciados 24 mil milhões de dólares, acrescentando que à medida que o valor irá ser actualizado à medida que se forem aprofundando as investigações judiciais.

Esta semana em entrevista ao Wall Street Jornal, João Lourenço denunciava que os processos em investigação pelo Serviço Nacional de Recuperação de Activos da Procuradoria-Geral da República (PGR) indicam que o Estado angolano tinha sido lesado em 23,8 mil milhões de dólares.

O Presidente salientava ainda que o Serviço Nacional de Recuperação de Activos da PGR já solicitou a apreensão ou arresto de bens e dinheiro no valor de cinco mil milhões, quatrocentos e trinta e quatro milhões dólares na Suíça, Holanda, Portugal, Luxemburgo, Chipre, Mónaco e Reino Unido, "mas a lista ainda pode aumentar".

Ontem, a Procuradoria-Geral da República informou, em comunicado, que os generais Helder Vieira Dias e Leopoldino Fragoso do Nascimento entregaram vários bens ao Serviço Nacional de Recuperação de Activos

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