8° congresso do MPLA marcado pela ausência de José Eduardo dos Santos
Em Luanda, o segundo dia do 8° congresso do MPLA, partido no poder, foi reservado aos trabalhos internos, sendo que no início da noite poderá decorrer a reeleição do presidente do partido e também chefe de Estado, João Lourenço.
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Em Angola, continua a ser questionada a ausência do Presidente Emérito José Eduardo dos Santos, que dirigiu este partido durante mais de 38 anos.
João Lourenço que concorre à sua própria sucessão, homenageou, no primeiro dia, figuras de destaque que saíram o Comité Central, sem mencionar o nome de José Eduardo Dos Santos, tendo-se limitado a considerar "Glorioso e Eterno Agostinho Neto, primeiro presidente deste partido".
Julião Dino Matross, ex-secretário geral do partido argumentou que a ausência do antigo presidente da república estava relacionada com os seus tratamentos médicos. "Seria (importante a presença), continua com o carisma que tem no seio do partido e fora do partido, ele continua com carisma. O que nós queremos desejar a ele é muita saúde, que esteja connosco por muito e muito tempo", declarou.
Por outro, ao admitir ter ouvido informações segundo as quais "o partido anda desunido", Dino Matrosse reconheceu que "pode haver um ou outro descontente, é normal" mas rematou que "o que é importante é haver discernimento" a fim de encontrar soluções para algumas coisas "que não estão a correr muito bem".
Já Roberto de Almeida, antigo vice-presidente do MPLA para si, a moldura humana evidenciada neste congresso demonstra a união no seio do partido, olhando com naturalidade para a ausência do presidente emérito do MPLA no conclave.
"Olho isso com naturalidade, como um militante que fez uma opção. Escolheu não participar no congresso, é seu direito, os militantes no seio do MPLA não deixam de ter vontade própria, e de acordo com a situação particular que o presidente José Eduardo dos Santos está a viver neste momento creio que é de sua própria vontade não participar neste congresso, o que não quer dizer que deixa de ser militante do MPLA", sublinhou.
O conclave que decorre desde ontem sob o lema “MPLA por uma Angola mais desenvolvida, democrática e inclusiva” deve terminar oficialmente as suas actividades amanhã..
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