Angola: Sindicato questiona modelo de contratação de novos enfermeiros
O Sindicato dos Técnicos de Enfermagem de Luanda suspeita ser “eleitoralista e não administrativa” a proposta do Presidente angolano para contratar mais de 7 mil novos profissionais de saúde. Os enfermeiros questionam a medida de João Lourenço, apesar de aplaudirem o gesto presidencial.
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O Presidente angolano, João Lourenço, determinou, em despacho, o recrutamento de 7.350 profissionais de Saúde, com o propósito de responder à falta de técnicos no sector em tempo de crise pandémica.
Reagindo ao anúncio, o secretário-geral do Sindicato dos Técnicos de Enfermagem de Luanda, Afonso Kileba, considera tratar-se de uma iniciativa partidária que surge numa fase de pré-campanha eleitoral.
Afonso Kileba alertou, ainda, que o recrutamento de profissionais da seringa não passa por políticas partidárias, mas sim administrativas, para fazer funcionar a máquina.
“Se calhar em função das greves levantadas pelos médicos e os enfermeiros [o presidente João Lourenço] teve essa visão. Aproximando-se as eleições poderia ser uma situação que permite remendar algumas lacunas, para poder fazer com que essas pessoas entrem [no sistema]. A política que a saúde pretende não são medidas partidárias, são políticas administrativas que façam funcionar a máquina”, lembrou o secretário-geral do Sindicato dos Técnicos de Enfermagem de Luanda.
Ainda assim, o enfermeiro reconhece que a contratação de mais técnicos é um ganho para a classe, todavia, lamenta o facto de os concursos públicos no sector da saúde não obedecerem ao estatuto orgânico de cada unidade sanitária.
“Para nós é um ganho para o sector da saúde. Por outro lado, lamentamos o facto de os concursos públicos feitos no sector da saúde terem sempre algumas lacunas, por não obedecerem àquelas que são as regras de abertura de concurso público no sector. Apelo às autoridades para que sempre que tentem abrir concurso público no sector da saúde, primam pelo estatuto orgânico de cada unidade sanitária”, alertou o sindicalista Afonso Kileba.
O enfermeiro Afonso Kileba lembrou que os candidatos que vão ser admitidos neste concurso já concorreram há dois anos, mas, por carência de vagas, alguns alistados foram mandados para casa, o que terá criado um certo alarido entre profissionais.
O Despacho Presidencial assinado por João Lourenço, Chefe Estado angolano, determina que a admissão de mais de 7 mil profissionais de saúde é para os candidatos não admitidos no concurso público de 2019, por insuficiência de vagas, entre técnicos médios de enfermagem, vigilantes, maqueiros e secretários clínicos.
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