Angola: João Lourenço toma posse esta quinta-feira
O Presidente reeleito de Angola, João Lourenço, toma posse esta quinta-feira, 15 de Setembro, numa altura em que o país vive num clima de fortes contestações da oposição e reforço do dispositivo de defesa e segurança. O analista político, Nelson Domingos considera que "a erradicação da pobreza e o respeito dos cidadãos" serão os maiores desafios de João Lourenço.
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Decorrem esta quinta e sexta-feira as cerimónias de tomada de posse do Presidente da República reeleito, da Vice-Presidente e dos 220 deputados a Assembleia Nacional.
Vários momentos vão pautar a cerimónia, começando pela tomada de posse do Presidente angolano João Lourenço, seguindo-se uma intervenção da juíza conselheira Presidente do Tribunal Constitucional, Laurinda Cardoso. Segue-se o discurso do Presidente reeleito e um desfile militar protagonizado pelas forças armadas angolana e polícia nacional.
O país vive num ambiente de fortes medidas de segurança, principalmente em Luanda, onde se registam demonstrações de material bélico por parte das forças de defesa e segurança, perante as contestações de cidadãos que encaram este cenário como um acto de intimidação.
O Tenente General José Maria Marques justificou a movimentação das forças como um enquadramento nos preparativos da cerimónia da tomada de posse do Presidente da República e do Comandante em Chefe das Forças Armadas Angolanas, descartando "qualquer acção de intimidação".
O maior desafio do chefe de Estado vai ser "erradicar da pobreza", defendeu o professor de ciência política, Nelson Domingos, acrescentando ser inadmissível que um país como Angola continue com mais de 40% da população a viver no limiar da pobreza".
Segundo o analista político, o ponto de partida deste segundo mandato deve pautar-se pela criação de "programas efectivos, programas concretos para erradicar a pobreza, mas também um investimento na educação, profissionalização dos cidadãos, investimento sério na área da agricultura e na industrialização do país".
Nelson Domingo lembra ainda que "o respeito dos direitos fundamentais dos cidadãos é fundamental" para que que um dia "Angola se torne um Estado democrático".
Professor de ciência política, Nelson Domingos
Esta quarta-feira, 14 de Setembro, a UNITA anunciou, em conferência de imprensa, que vai convocar para o próximo 24 de Setembro uma manifestação "pela cidadania e consolidação do Estado democrático e de direito", face ao que considera ser "uma regressão do quadro democrático" do país.
Recorde-se que o Tribunal Constitucional chumbo na quinta-feira, 8 de Setembro, o recurso da UNITA sobre o processo de contagem dos votos nas eleições gerais de 24 de Agosto, onde o maior partido na oposição pretendia ver a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) a recontar os boletins.
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