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Angola

Angola:"falta vontade" para esclarecer a morte de Inocêncio de Matos

Inocêncio de Matos morreu em 11 de Novembro de 2020 durante uma manifestação, em Luanda, quando Angola celebrava 45 anos de independência. Dois anos depois, os responsáveis não foram levados à justiça. O advogado de defesa, Zola Bambi, diz que “há falta de vontade” para se esclarecer a morte do Inocência de Matos e denuncia a partidarização da justiça angolana.  

Inocêncio de Matos morreu em 11 de Novembro de 2020 durante uma manifestação, em Luanda, quando Angola celebrava 45 anos de independência
Inocêncio de Matos morreu em 11 de Novembro de 2020 durante uma manifestação, em Luanda, quando Angola celebrava 45 anos de independência © DR
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Em entrevista à agência de notícias Lusa, o advogado de defesa Zola Bambi, que representa a família do Inocêncio de Matos, denunciou a existência de várias vicissitudes desde o início deste processo, salientando que “há falta de vontade de que se esclareça a verdade sobre a morte [de Inocêncio Matos]”.

Zola Bambi questionou a legitimidade do sistema de justiça de Angola, considerando que está refém do partido no poder.

“Como defensor dos direitos humanos e na condição de advogado, não acredito no nosso sistema de justiça. É um sistema que está completamente dependente de um partido político e de um regime que não quer a transparência, mesmo nas coisas mais simples”, referiu.

Ainda assim, o advogado mostra-se confiante nas leis que existem no país e acredita que os culpados, nomeadamente o Estado angolano, serão responsabilizados.

Estamos confiantes que justiça será feita, em atenção às leis que existem neste país. Destas leis vamos exigir, que no final, sejam responsabilizados aqueles que cometeram esse acto. Assim como o Estado angolano, por não ter protegido a vida de Inocêncio”, explicou.

Zola Bambi referiu que a defesa pediu uma segunda autópsia independente ao corpo, para ter a certeza de que teriam sido elementos da Polícia Nacional a causar a morte.

"Sem entrar em detalhes, havia um orifício no crânio e podemos imaginar por que elemento terá sido causado", aconselhado o sistema judicial a fazer “o trabalho como deve ser" para se encontrarem os responsáveis.

O jovem Inocêncio de Matos morreu há dois anos, quando participava numa manifestação e foi atingido, alegadamente por uma bala, apesar de a versão oficial negar o uso de munições reais pela polícia e apontar para um ferimento devido a "objecto contundente".

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