Associação pede que polícia angolana seja responsabilizada na morte de vendedora de rua
Na sexta-feira, no largo da Teixeira, em Luanda, uma vendedora ambulante foi atingida mortalmente com um tiro na cabeça pela polícia que fiscalizava esta parte da cidade. Este não é um caso único na capital angolana, levando a Associação Mãos Livres a pedir que o inquérito à morte desta vendedora seja feito e sejam apuradas as responsabilidades de quem disparou.
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Terá sido durante uma fiscalização levada a cabo pela polícia no largo da Teixeira, em Luanda, que os ânimos com os vendedores ambulantes subiram de tom, gerando, segundo a polícia, "uma vaga de violência" com os populares a atingirem os agentes de segurança com objectos e tentando agredi-los. Sentindo-se ameaçados, os polícias disparam tendo atingido mortalmente uma mulher que vendia habitualmente neste lugar.
A associação de defesa dos direitos humanos em Angola, Mãos Livres, afirma que "há duas versões" destes eventos e que da intervenção da polícia para manter a ordem no local, acabou por resultar a morte da vendedora ou zungueira, como são conhecidas as vendedoras ambulantes em Luanda.
"Houve um desequilíbrio [na resposta da polícia], mas vamos aguardar pelo inquérito em curso e que seja conclusivo e que nos explique o que terá acontecido e o que motivou realmente o agente a ter disparado e a ter atingido mortalmente a vítima", explicou Guilherme Neves, presidente da associação Mãos Livres, em declarações à RFI.
Para esta associação, é importante agora que se apurem as circunstâncias desta morte, até porque não é a primeira vez que há uso de força excessiva em desacatos entre a polícia e populares.
"São apelos que já temos vindo a fazer, a importância de haver proporcionalidade na intervenção da Polícia Nacional, a ter mais cautela, mas não é sempre assim que acontece. Já tivemos outras vítimas em circunstância idênticas. Agora vamos esperar e queremos que os resultados do inquérito sejam públicos e se tiver havido negligência por parte de quem disparou, deve ser responsabilizado civil e criminalmente", concluiu.
A associação Mãos Livres vai agora acompanhar a família da mulher morta pela polícia de forma a que se conheçam as razões dos disparos feitos contra esta vendora ambulante.
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