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Combustíveis/Angola

Governo angolano quer estabilizar preço dos combustíveis

Em Angola, o aumento do preço dos combustíveis e o fim da subvenção do Estado para as importações dos derivados do petróleo continuam a dominar a actualidade. O Presidente João Lourenço já remodelou o executivo.

Corrida aos combustíveis em Luanda a 1 de Junho de 2023.
Corrida aos combustíveis em Luanda a 1 de Junho de 2023. LUSA - AMPE ROGÉRIO
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No quadro do seu programa para terminar a subvenção aos combustíveis, que custam anualmente, mais de três mil milhões de dólares, o executivo do Presidente João Lourenço, iniciou a redução do subsídio relativo à gasolina, em cerca de 100 por cento.

Apesar do governo garantir a continuação dos subsídios nos sectores da agricultura, pescas e transportes, sob condição da apresentação de documento de licenciamento da actividade do interessado, a medida não foi bem acolhida pelos taxistas e mototaxistas.

Os taxistas e mototaxistas envolveram-se em confrontos com a polícia nas províncias do Huambo e Huila, causando cinco mortos, vários feridos, danificação de bens e a vandalização de comités do partido no poder, o MPLA.

Os acontecimentos em volta da polémica dos combustíveis, segundo fontes oficiais, motivaram o Presidente, João Lourenço, a exonerar Manuel Júnior, do cargo de Ministro de Estado para Esfera Económica. Em sua substituição, foi nomeado José de Lima Massano, que deixou de dirigir o Banco Nacional de Angola.

O maior partido da oposição, a Unita, considerou a medida precipitada e desajustada, condenando o uso da força da polícia contra os manifestantes.

Os operadores económicos opinam que o governo comunicou mal a medida e devia primeiro cautelar os efeitos da mesma, tendo em conta o seu impacto na vida das populações.

 

Ouça aqui a correspondência de Avelino Miguel:

 

01:56

Correspondência Angola, 10-06-2023

 

O novo Ministro de Estado para a Coordenação Económica garantiu que o governo vai rever a emissão de cartões de combustível. José de Lima Massano prometeu que vai fazer tudo para  diversificar a economia e pediu a ajuda de todos. 

"Vamos trabalhar com o sistema financeiro. Teremos depois condições de fazer uma reapreciação e vermos, eventualmente, com maior realismo a capacidade existente para assegurarmos que os cartões possam todos ser entregues e possam estar em pleno funcionamento para que o benefício que foi definido possa efectivamente chegar aos cidadãos", começou por referir.

O governante disse depois que este é um tema de grande preocupação e prometeu uma acção rápida: "A orientação está dada. Vamos procurar rapidamente ter as condições operacionais. O grande desafio é, de facto, a sua execução e, para isso, vamos precisar de contar com a ajuda e o apoio de todos, o que significa a comunidade empresarial, os mais agentes económicos, os cidadãos e sermos capazes, em conjunto, de superarmos os grandes desafios que se colocam na nossa economia".

"Vamos assegurar que a estabilidade de preços seja uma realidade e, com isso, temos também condição de preservar rendimentos e proteger a qualidade de vida dos nossos cidadãos", rematou.

Ouça aqui o som do ministro:

 

00:59

Som, José de Lima Massano, Angola, 10-06-2023

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