Angola: Protestos contra subida da gasolina terminam com dezenas de detidos
Em Luanda, vários jovens foram detidos hoje pela polícia angolana, quando pretendiam marchar contra alteração do preço do combustível e da Lei sobre as Organizações Não-Governamentais.
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Há quem fale em excesso dos órgãos de defesa e segurança, que não poupou até pessoas à paisana. Este sábado, 17 de Junho, a polícia angolana reprimiu, com gás lacrimogénio, uma manifestação que visava protestar contra a subida do preço da gasolina, o fim da venda ambulante e a proposta de alteração da Lei das ONGS, aprovada na generalidade, em Maio deste ano.
Segundo Victoria Chitato, não havia motivo de a polícia descarregar contra os jovens, já que a finalidade dos manifestantes era apenas o cumprimento do trajecto da marcha, que decorria pacificamente.
“Nós começámos a caminhar por volta das 12h30. Começámos à subida, mas quando nós chegámos aqui no viaduto é que tudo começou. O pessoal que estava a dirigir pediu que a polícia libertasse o viaduto porque agente iria passar até o Largo das Escolas, mas isso não aconteceu. A polícia começou logo a jogar gás lacrimogénio, começaram a jogar bombas sem necessidade, não havia motivos para tal porque a manifestação era super pacífica. Não havia motivo de eles agirem assim com o povo”, esclareceu Victoria Chitato.
Por sua vez, José Franco, um dos jovens que se fazia à estrada no momento da confusão entre a polícia e os manifestantes, diz que os órgãos de defesa e segurança excederam na actuação, pelo facto de terem apreendido até pessoas que se encontravam à paisana no momento da marcha.
O jovem confirma a detenção de mais de dez jovens nas imediações do Supermercado Jumbo, em Luanda, cujos pertences também foram todos confiscados pela polícia.
“Do outro lado do Jumbo vimos agentes a receberem telefones de muita gente, de muita população. Média de dez a doze pessoas que vi, que estavam a tentar reclamar, mas eles mandaram logo gás, mesmo assim na presença das pessoas à paisana que faziam filmagens e eles recolheram telefones e puseram-se na carrinha e lançaram gás e as pessoas fugiram pelo beco”, testemunhou o jovem José Franco, de 28 anos.
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