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Brasil/China

Dilma Rousseff está em Sanya para reunião de cúpula dos BRICs

Tem início nesta quinta-feira, na ilha de Sanya, no sul da China, a terceira cúpula de chefes de governo e de Estado dos BRICs, grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e a África do Sul. Os emergentes vão discutir temas da agenda global, como a crise na Líbia e o aumento do uso de moedas próprias no comércio entre os países.

A ilha chinesa de Sanya recebe os líderes das economias emergentes na reunião de cúpula dos BRICs.
A ilha chinesa de Sanya recebe os líderes das economias emergentes na reunião de cúpula dos BRICs. Reuters
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Ana Carolina Dani, enviada especial da RFI à China

Os líderes das principais economias emergentes do mundo vão tentar, em um encontro que dura apenas um dia, coordenar posições conjuntas em assuntos como a reforma do sistema monetário internacional, a flutuação do preço das commodities, as reformas do Fundo Monetário Internacional e do Banco Mundial, além da própria institucionalização do grupo. Outro tema que deve ocupar um lugar importante nas discussões é a crise na Líbia.

Criado a partir de um conceito dado pelo economista Jim O’Neill, do banco Goldman Sachs, o bloco ainda não tem institucionalizado o funcionamento e há divergências quanto a uma possível expansão dos BRICs. O Brasil, por exemplo, é reticente à ideia da ampliação para incorporar países como a Coreia, temendo que isso dilua a capacidade conjunta do grupo em coordenar ações no cenário internacional.

A cúpula anual dos BRICs tem pela primeira vez a participação dos sul-africanos. Analistas acreditam que a chegada do país ao grupo pode incentivar as maiores economias emergentes do planeta a aumentar as relações com a África em geral.

A integração ampliará não apenas a cobertura geográfica e econômica do mecanismo de cooperação dos BRICs, como também criará novas oportunidades a esses países. Mas, por outro lado, também pode tornar mais difícil a coesão e unidade do grupo. A própria presidente Dilma Rousseff lembrou em Pequim, na única declaração que deu à imprensa na última terça-feira, que a África do Sul foi o único país dos BRICs a votar a favor da resolução das Nações Unidas impondo uma zona de restrição aérea na Líbia.

Em Sanya, os líderes também devem discutir o aumento do uso de moedas próprias no comércio entre os países. O tema do yuan desvalorizado não está na pauta oficial, mas pode ser discutido nas bilaterais. A reforma do Conselho de Segurança da ONU, outro tema delicado, não deve ser abordado nas discussões oficiais. O Brasil, que deseja obter uma vaga permanente no Conselho, gostaria que o assunto fosse mencionado no comunicado final, mas a China tem mostrado resistência.

A presidente brasileira terá encontros bilaterais com representantes da Índia e da África do Sul. Em Pequim, um dia antes de partir para Sanya, Dilma disse que os BRICs vão defender juntos o fim da rotatividade entre norte-americanos e europeus na presidência do FMI e do Banco Mundial. A declaração final do encontro está prevista para às 11h, no horário local.
 

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