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Manifestação/Hidrelétrica

Ecologistas protestam nos EUA contra a construção da Usina de Belo Monte

Usando o grito de guerra “Pare a construção da destruição da Amazônia”, cerca de 50 manifestantes caminharam até a embaixada do Brasil em Washington, nesta segunda-feira, para entregar uma carta às autoridades brasileiras contra a construção da usina hidrelétrica de Belo Monte, em Altamira, no Pará.

Cerca de quarenta pessoas manifestaram nesta segunda-feira, em frente à embaixada brasileira em Washington, contra a construção da usina de Belo Monte.
Cerca de quarenta pessoas manifestaram nesta segunda-feira, em frente à embaixada brasileira em Washington, contra a construção da usina de Belo Monte. Divulgação ONG Amazon Watch
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Raquel Krähenbühl, correspondente da RFI em Washington

De acordo com a organizadora do protesto, Estefanía Narvaez, da ONG Amazon Watch, o objetivo é apoiar o povo brasileiro, principalmente as comunidades indígenas, nesta luta contra o governo federal.

“Queremos dizer que Washington DC não aprova este projeto e que nós estamos aqui, no coração dos Estados Unidos, para apoiar o povo brasileiro”, disse.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente concedeu, no início de junho, a licença final para a construção de Belo Monte e o impasse entre governo e ambientalistas, que já dura mais de três décadas, segue sem solução.

De um lado, o governo defende que a usina é necessária para manter o ritmo de crescimento do país e melhorar a vida de milhões de brasileiros. Do outro lado, ambientalistas e ativistas de direitos humanos são contra o projeto da hidrelétrica e argumentam que ela vai causar estragos irreparáveis ao meio ambiente, violar direitos humanos das comunidades indígenas e forçar milhares de pessoas a deixar suas terras.

A ativista da organização internacional Amigos do MST em Washington Lyndsay Hughes participou do protesto e defendeu que este é um problema de todo o mundo.

“Eu estou aqui mostrando o meu apoio para eles lá, para esta luta. Porque é uma luta mundial que tem conseqüências para todos”, afirmou.

Para a ativista da Amazon Watch Marisa Silveira, a posição do governo brasileiro em relação à usina é incompatível com a imagem que o Brasil promove no exterior:

"Oficialmente, a posição do governo é a posição de um país gerador de energia limpa, de um país que está empenhado em diminuir o desmatamento na Amazônia e o que a gente tem visto recentemente é incompatível com isto. Existe a incompatibilidade das ações do governo dentro do país com as imagens do governo do lado de fora".

A repetição do grito de guerra “Dilma, Dilma, que vergonha!” salientava a revolta contra a presidente Dilma Roussef, como contou a brasileira Teresa Williamson :

"Quando ela foi eleita, nós esperávamos uma melhora em relação ao governo Lula e a gente está vendo uma piora. O desmatamento aumentou este ano, a gente viu o Código Florestal passar, o número de mortes de ativistas na Amazônia tem aumentado, e agora Belo Monte está sendo aprovada. É uma decepção muito grande".

O representante do setor de meio ambiente da Embaixada brasileira em Washington, Eduardo Lessa, afirmou que vai repassar estas demandas para Brasília.

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