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Operação contra tráfico na Rocinha é manchete na França

A operação das forças de choque para retomar o controle da Rocinha e do Morro do Vidigal recebeu amplo destaque nas rádios e televisões francesas.

Policiais revistam suspeito durante operação "Choque da Paz" na Rocinha.
Policiais revistam suspeito durante operação "Choque da Paz" na Rocinha. REUTERS/Sergio Moraes
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O site do canal de televisão France 2 e outros veículos de forte audiência na França relatam que a operação "Choque de Paz", a maior já realizada pelas autoridades no Rio, mobilizou centenas de policiais de elite e soldados. A rádio France Info fala num acontecimento "histórico" na "maior favela da América Latina". 

A mídia dá destaque às declarações oficiais de que "200 traficantes fortemente armados estavam escondidos na Rocinha", apesar da prisão na madrugada de quinta-feira do chefe do tráfico local, o "Nem". "As favelas da Rocinha e do Vidigal estão sob nosso controle", diz o coronel Alberto Pinheiro Neto, chefe do Estado-Maior da Polícia Militar no Rio.

A AFP cita a preocupação de William de Oliveira, presidente do Movimento Popular das Favelas, que espera que as pessoas detidas sejam tratadas com dignidade. "Os que cometeram delitos devem ser presos mas não assasinados", comentou Oliveira pouco antes do início da operação, de acordo com o site do canal de televisão France 2. 

A mídia explica que as autoridades brasileiras lançaram várias operações para pacificar os bairros pobres do Rio desde 2008, pensando em melhorar a imagem da cidade para a Copa do Mundo de 2014 e os Jogos Olímpicos de 2016. "A Rocinha é a 19ª favela a ter o controle retomado pela polícia das mãos dos narcotraficantes, que faziam a lei no local há 30 anos", escreve o site de France 2, acrescentando que os bairros próximos do estádio do Maracanã já tinham sido pacificados meses atrás.

Os artigos lembram que, em novembro de 2010, 2.600 paraquedistas e policiais de elite haviam conquistado o maior ponto do tráfico de drogas do Rio, o Complexo do Alemão, após uma semana de violência e um saldo de 35 mortos. 

Ouvido pela AFP, Raimundo Benício de Sousa, o "Lima", líder comunitário na Rocinha, diz que espera que a pacificação também vá levar aos moradores da comunidade água tratada, rede de esgoto, educação e saúde. "Aqui as pessoas vivem no meio das baratas, fazendo suas necessidades num balde, testemunha o líder comunitário. "Espero que as autoridades não nos esqueçam passada a Copa do Mundo." 

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