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Nota/ Brasil

Elevação da nota soberana do Brasil não surpreende analistas

O aumento da nota soberana do Brasil pela agência Standard & Poor’s, que elevou o índice brasileiro de BBB- para BBB, não surpreendeu os analistas do mercado financeiro. Os operadores elogiam a política econômica do governo Dilma Rousseff e estimam que novas elevações devem acontecer no futuro.

Sede da Standard and Poor's fica em Nova York.
Sede da Standard and Poor's fica em Nova York. Asia-Companies/Sentiment Reuters/Brendan McDermid
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“Não foi uma surpresa. Acho que haverá novos aumentos de nota”, avalia Win Thin, economista de mercado da Brown Brothers Harriman, em Nova York. “Standard & Poor’s reconheceu a melhora do risco soberano do Brasil, ao contrário do que acontece nos países desenvolvidos.”

Já o analista da própria S&P Sebastian Briozzo considera que o aumento da nota “reflete a tendência cada vez mais clara do atual governo de promover uma política macroeconômica prudente, com um excedente orçamentário próximo de 3% do PIB”. A agência escreveu, em comunicado, que o governo brasileiro vai continuar empregando uma política monetária e orçamentária “prudente”, o que deve “atenuar as consequências de eventuais choques externos e apoiar as perspectivas de crescimento a longo prazo”. A Standard & Poor’s espera que estas medidas culminem na redução da taxa de juros aplicada pelo Banco Central do Brasil.

Dilma Rousseff implementou um programa de cortes de 30 bilhões de dólares no orçamento para evitar o superaquecimento da economia brasileira, em oposição à base aliada, que desejava manter as despesas no mesmo nível pré-crise europeia.

O aumento da classificação do Brasil era esperada pelos investidores – as outras duas principais agências, a Moody’s e a Fitch, já consideravam o Brasil BBB. Por isso, a novidade teve pouco impacto nos mercados. Mas ainda assim, o país perde para o Chile em estabilidade da economia: os chilenos são os únicos do continente que têm a nota A+. Por outro lado, o país se iguala ao Peru e ao México, que também são atribuídos de um BBB pela S&P.

“É uma boa notícia, que reconhece que o Brasil se comporta melhor do que a maioria dos países europeus em termos de crédito”, comentou Tony Volpon, responsável pela análise de mercados emergentes das Américas no escritório Nomura Securities, de Nova York. Neste ano, a Standard & Poor’s rebaixou a nota de vários países europeus, como a Itália, a Grécia e a Irlanda. As notas refletem o grau de confiabilidade nos investimentos feitos em um país e a sua capacidade de reembolsar empréstimos adquiridos no mercado financeiro.

 

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