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Turquia/Brasil/Diplomacia

Patriota rejeita intervenção militar na Síria durante conferência em Istambul

O chanceler Antonio Patriota encerrou neste sábado uma visita de dois dias à Turquia. Em seus encontros com interlocutores do Oriente Médio e europeus, o ministro brasileiro de Relações Exteriores reiterou a mensagem do governo brasileiro em favor de uma resolução diplomática ao conflito na Síria, sem intervenção militar árabe ou ocidental, apesar da violência do regime de Bashar al-Assad.

O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota.
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota. Wilson Dias/ABr
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De Istambul, Germano Assad em colaboração para a RFI

O chanceler Antonio Patriota participou neste sábado, em Istambul, da conferência "Contribuindo para a paz pela mediação”. Na conferência, idealizada em 2010 durante uma sessão da Assembleia Geral das Nações Unidas por representantes turcos e finlandeses, o ministro brasileiro reforçou a posição do Brasil contra uma possível intervenção militar na Síria. “Uma intervenção [militar], ainda que por razões humanitárias, nem sempre resolve uma situação de crise. Pelo contrário, normalmente acaba levando ainda mais violência ao país em questão”, disse o ministro.

Minutos antes, seu homólogo turco, Ahmet Davutoglu, saudou a escolha do ex-secretário-geral das Nações Unidas Kofi Annan como enviado especial da entidade e da Liga Árabe à Síria, em busca de uma solução para a crise no país, que já dura quase um ano.

Patriota pediu ainda maior atenção da comunidade internacional com a Palestina, alegando que “o conflito e a situação de status quo na região estão fora da pauta de prioridades do Conselho de Segurança da ONU”.

Clima de incerteza afeta investimentos brasileiros

Na sexta-feira, Patriota reuniu-se na capital turca com os embaixadores brasileiros baseados no Oriente Médio e norte da África com o objetivo de analisar a situação nos países envolvidos com a Primavera Árabe e  planejar ações diplomáticas no plano econômico-comercial nesse contexto de crise.

A Líbia, por exemplo, é o principal receptor de investimentos brasileiros na região. Empresas brasileiras no país trabalham com um portfólio que gira em torno de U$ 5 bilhões em contratos para execução de obras de infraestrutura. Apesar da drástica retração da economia líbia durante os doze meses de conflito para a mudança do regime (o PIB líbio caiu cerca de 27,9% no último ano), o governo brasileiro acredita que há grande potencial para expansão dos investimentos no país a médio prazo.

A corrente bilateral de comércio com a Síria, outro protagonista da Primavera Árabe, havia totalizado U$ 594 milhões em 2010, uma marca que representa aumento de aproximadamente 250% do volume bilateral de comércio desde o ano de 2006. Só de 2009 em relação a 2010, houve um aumento de 93% no volume do comércio entre os dois países. Essa prosperidade está em jogo com o futuro incerto e temeroso do atual regime do presidente Bashar al-Assad.

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