ONU condena morte de quarto jornalista no Brasil em apenas três meses
O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos condenou nesta sexta-feira o assassinato de Décio Sá, o quarto jornalista morto em menos de três meses no Brasil e pediu ao governo de Dilma Rousseff para adotar medidas imediatas de proteção aos profissionais da imprensa.
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“Nós condenamos esse assassinato e estamos preocupados com o que parece ser uma tendência preocupante – matar jornalistas – que prejudica o exercício da liberdade de expressão no Brasil”, declarou Rupert Colville, porta-voz da instituição durante uma entrevista coletiva, em Genebra.
“Há muito tempo estamos preocupados com a necessidade dos defensores de Direitos Humanos no Brasil, incluindo os jornalistas, de poder exercer o trabalho deles sem medo de intimidações ou (algo) pior”, acrescentou o porta-voz.
O jornalista e blogueiro Décio Sá, executado com seis tiros no estado do Maranhão, foi o quarto jornalista morto no país desde o início do ano. Décio, de 42 anos, foi assasssinado na noite de segunda para terça-feira em um bar localizado na área turística da capital, São Luís. A polícia maranhense indicou que usará as informações do blog do jornalista que continha reportagens e denúncias envolvendo grupos armados e políticos.
“Apoiamos a decisão das autoridades de se comprometerem a fazer uma investigação rigorosa”, afirmou Colville. O porta-voz do Alto Comissariado da ONU fez uma apelo para o governo tratar esse e outros casos similares como uma “prioridade” para que os autores dos crimes não se sintam encorajados pela impunidade.
O órgão da ONU pede que as investigações sejam feitas em nível federal.
Décio Sá foi trabalhava há 17 anos para o jornal O Estado do Maranhão e há cinco anos tinha um blog que, segundo a ONG Repórteres Sem Fronteiras, era um das mais lidos do Maranhão. Os artigos publicados no blog do jornalista tratavam de assuntos políticos, casos de corrupção e de denúncias sobre o crime organizado na região.
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