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Brasil/protestos

Brasileiros no exterior se mobilizam em apoio aos protestos no país

Mais de 2800 brasileiros que vivem no exterior participaram neste fim de semana de passeatas em apoio aos protestos no país. Hoje está prevista a quinta manifestação em São Paulo contra o aumento do preço da tarifa de ônibus. Até agora, mais de 230 mil pessoas confirmaram presença na página criada no Facebook, onde são divulgadas até mesmo dicas para escapar da violência policial.  

Captura vídeo da Manifestação em Dublin em apoio aos protestos no Brasil
Captura vídeo da Manifestação em Dublin em apoio aos protestos no Brasil Facebook.com
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Em Berlim, Dublin, Montreal, Boston e San Diego, centenas de brasileiros foram às ruas neste domingo. Hoje estão previstos protestos em Chicago e Los Angeles, e amanhã as principais cidades europeias também aderem ao movimento. Em Paris, o protesto está previsto para o próximo dia 22. Ao todo, estima-se que 43 grupos estejam organizando passeatas nesta semana em todo o mundo.

Nesta segunda-feira acontece uma nova mobilização em São Paulo, a partir das 17h no Largo da Batata, em Pinheiros, que deverá levar milhares de pessoas às ruas. A página do protesto no Facebook, reunia, até a manhã desta segunda-feira, mais de 230 000 pessoas. Além de estudantes e dos integrantes do movimento Passe Livre, na origem da contestação, também aderiram mães de jovens participantes, sindicatos de trabalhadores, e o movimento Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Transgêneros.Uma página, Occupy São Paulo, também foi criada para dar dicas aos manifestantes de como se comportar durante os protestos e evitar problemas.

A revolta ganhou mais força depois da ação truculenta da polícia durante os protesto da última quinta-feira. Mais de 200 pessoas ficaram detidas, entre eles 15 jornalistas, e diversas imagens e depoimentos circularam no Facebook. A repórter do jornal Folha de S. Paulo, Giuliana Vallone, foi atingida no rosto por uma bala de borracha.

Em um vídeo publicado no You Tube, ela conta que estava indo embora da passeata quando o policial a mirou e atirou. As fotos de seu rosto tomaram conta das redes sociais, e revoltou internautas, dando uma nova dimensão ao movimento. Neste domingo, no Rio, a polícia também dispersou uma manifestação em frente ao Maracanã, contra os gastos do governo na Copa das Confederações.

Setores conservadores tentam se apropriar do movimento, diz Passe Livre

O movimento Passe Livre, que organiza os protestos, lembra que a reinvidicação original não deve ser esquecida. “Acho que o que ainda faz a diferença pra grandeza dessas manifestações é a situação insustentável que se acumulou pela forma como nosso transporte coletivo funciona: ele é explorado pela iniciativa privada e é o terceiro maior gasto da família brasileira, tem um impacto tão grande que exclui quase 40 milhões de pessoas do sistema, por falta de dinheiro pra pagar”, diz um dos representantes do movimento Passe Livre, Daniel Guimarães.

Segundo ele, há setores conservadores que tentam se apropriar do movimento. “Acho que há vários setores mais conservadores que estão tentando aproveitar esse momento para inserir pautas genéricas contra o governo federal. esse movimento tem uma pauta bem clara e imediata, com outra que se somou por conta da repressão: a luta contra a carestia provocada pelo aumento da tarifa e contra a repressão do Estado. Minha avaliação é que essas outras pautas (como a corrupção, por exemplo) surgiram para desviar o foco objetivo da luta."

 

 

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