Barack Obama tenta acalmar tensão com Dilma depois de denúncias de espionagem
Em entrevista coletiva nesta sexta-feira, no final da Cúpula do G20 em São Petesburgo, o presidente Barack Obama tentou apaziguar o clima de tensão com Dilma, alvo de espionagem da NSA, a agência de segurança americana. Para ele, os interesses de ambos os países "são mais importantes" do que esse episódio, e prometeu dar uma resposta "adequada."
Publicado a: Modificado a:
Depois de prometer à presidente Dilma Rousseff que irá dar uma resposta adequada às denúncias de espionagem da NSA, o presidente Barack Obama buscou apaziguar os ânimos entre o Brasil e os Estados Unidos. A agência teve acesso aos e-mails e ligações da presidente e de seus assessores.
"Levo essas alegações muito a sério, entendo as preocupações, e vamos trabalhar para resolver e descobrir onde está a fonte do problema", disse.
Segundo o presidente americano, os interesses comuns com o Brasil e o México são mais importantes do que a tensão desencadeada pelo caso.
“Há uma razão pela qual eu fui ao Brasil e a convidei a presidente Dilma Rousseff para vir aos Estados Unidos: o Brasil é um país importante, um caso de sucesso na transição do autoritarismo para a democracia", declarou.
"É uma das economias mais dinâmicas do mundo e para as duas maiores nações do hemisfério, é importante ter um relacionamento que só pode ser bom para os povos. Vamos trabalhar especificamente nessa questão e isso não vai nos desviar das oportunidades que temos."
Obama, que disse assumir a responsabilidade direta das acusações de espionagem contra Dilma e Pena Neto, o presidente mexicano, fez um preâmbulo tentando explicar o programa da NSA.
Segundo ele, os EUA agem como todos os serviços de inteligência no mundo, e o advento das novas tecnologias geraram práticas que agora necessitam de uma reflexão mais aprofundada.
"Só porque podemos ter as informações não significa que temos que acessá-las", disse o presidente, que espera lançar um debate interno sobre a transparência dos serviços secretos.
A presidente Dilma Rousseff ainda não confirmou se manterá a visita oficial aos Estados Unidos planejada para 23 de outubro. Em coletiva hoje, ela disse que a viagem dependerá "das condições políticas."
NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.
Me registro