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Brasil/Rolezinho

“Rolezinhos” são destaque na imprensa internacional

Os encontros promovidos por jovens das periferias em shopping centers do Brasil chamaram novamente a atenção da imprensa internacional. Vários jornais, sites e emissoras de rádio e televisão se interessaram pelo fenômeno e publicaram reportagens sobre o assunto nesta segunda-feira (20). O medo dos lojistas e também das autoridades do país é destacado em praticamente todos os relatos feitos pelos jornalistas.

Imagens da tentativa de "rolezinho" no Leblon foram reproduzidas em vários jornais pelo mundo.
Imagens da tentativa de "rolezinho" no Leblon foram reproduzidas em vários jornais pelo mundo. REUTERS/Ricardo Moraes
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O fechamento de shoppings brasileiros durante o fim de semana chamou novamente a atenção da imprensa internacional para o fenômeno dos “rolezinhos”, os encontros promovidos por jovens principalmente por meio das redes sociais. O jornal britânico The Guardian deu destaque para o assunto em sua edição dessa segunda-feira (20), e explica que “bastou algumas dezenas de manifestantes, uma campanha no Facebook e uma explosão de música ‘anarco-funk’ para que o Shopping Leblon, um dos mais ostentatórios do Rio de Janeiro, fechasse suas portas no domingo”.

O diário tenta resumir o movimento, que traduz como uma espécie de flashmob protagonizado por “jovens pobres, predominantemente negros, que invadem locais ocupados geralmente por consumidores ricos, principalmente brancos”. O jornal britânico ressalta que mais de 9 mil pessoas eram esperadas no evento carioca, o que fez com que os gestores do local, que tentaram sem sucesso impedir o movimento por meio de uma medida na justiça, fechassem o centro comercial por precaução.

Flashmobs que assustam

Já na França, alguns veículos enfatizaram principalmente o medo provocado pelos “rolezinhos” em suas reportagens. Em sua edição dessa segunda-feira o diário Le Figaro explica que, temendo a moda dos flashmobs de adolescentes, os shopping centers pediram ajuda para a presidente brasileira Dilma Rousseff. O jornal relata que a Associação Brasileira de Lojistas de Shopping (Alshop) solicitou uma reunião com a chefe de Estado para discutir o fenômeno. Reproduzindo informações divulgadas pela AFP, Le Figaro relata que algumas reuniões de jovens terminaram em saques e “alimentaram a psicose dos comerciantes, que preferiram fechar suas portas”.

Mesmo tom do lado da rádio francesa Europe 1. Com a título “Brasil : quando os flashmobs assustam”, a emissora explica o fenômeno e traz vídeos mostrando um dos “rolezinhos”. A reportagem comenta a decisão dos lojistas, que fecharam seus estabelecimentos : “Uma atitude que provocou manifestações dos grupos de defesa dos negros, que denunciam uma segregação social e racial”, pode-se ler no site da rádio. O diário espanholEl Mundo analisa que há um debate “entre o que argumentam que a contenção é necessária e aqueles que acreditam que este é mais um exemplo de discriminação e exclusão social".

Copa do Mundo

Já o canal de televisão francês France 24 tenta explicar a polêmica com um artigo, enviado por Pedro Mendes, membro do coletivo contra discriminação Das Lutas, publicado no site de seu programa participativo Observateurs. Ele ressalta que “a poucos meses da Copa do Mundo de futebol, a presidente Dilma Rousseff teme que os ‘rolezinhos’ dêem início a uma nova onda de manifestações, como as que tomaram conta do país em junho passado”.

O site da revista britânicaThe Economist também chama a atenção para os eventos que sacudiram o Brasil em 2013, quando o polêmico aumento de preço das passagens de ônibus foi o estopim de protestos em várias cidades do país. Com a manchete “Crianças só querem se divertir”, o artigo ressalta que as autoridades estão assustadas e evoca uma reação “exagerada” da polícia e dos serviços de segurança dos shoppings.

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