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Brasil/ Europa

Em Bruxelas, Dilma se encontra com premiê e prepara participação em cúpula

A presidente Dilma Rousseff chegou hoje a Bruxelas (Bélgica), onde participa nesta segunda (24) da 7ª Cúpula Brasil-União Europeia. Neste domingo (23), Dilma reuniu-se com o primeiro-ministro da Bélgica, Elio di Rupo, antes de participar de um jantar com empresários brasileiros que estão na cidade para acompanhar as negociações comerciais entre o país e a UE.

Dilma Rousseff encontra-se com o premiê belga, Elio di Rupo.
Dilma Rousseff encontra-se com o premiê belga, Elio di Rupo. Roberto Stuckert Filho/PR
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A presidente desembarcou na capital belga por volta das 13h30, vinda de Roma. Ao chegar ao hotel onde está hospedada, ela apenas declarou que “estava muito bom” um concerto que assistiu na noite de ontem na Itália, ao ser questionada por um jornalista. No sábado, ela havia participado do consistório de nomeação do cardeal brasileiro Dom Orani Tempesta, no Vaticano.

Hoje, Dilma passou a tarde preparando o discurso que fará na União Europeia e só saiu do hotel para se encontrar com di Rupo. Amanhã, ela terá uma reunião privada com o presidente do Conselho europeu, Herman Van Rompuy, e da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso. Em seguida, os três participam da 7ª Cúpula Brasil-União Europeia, com foco nas negociações em vistas à ampliação dos acordos comerciais e no aprofundamento da relação bilateral.

Durante a tarde, Dilma ainda estará presente em um encontro empresarial, com representantes das suas potências.

Brasil importa mais do que exporta

A Europa é a principal parceira comercial do Brasil, mas o país tem se saído em desvantagem na balança. Conforme dados da União Europeia, nos nove primeiros meses de 2013 as exportações de produtos brasileiros para o bloco atingiram 24,9 bilhões de euros. As importações representam um volume maior de transações, de 30,4 bilhões de euros. Os países europeus que mais realizam trocam comerciais com o Brasil são a Alemanha, a França, a Itália e a Espanha.

“Nós estamos perdendo terreno. A União Europeia sempre foi um dos nossos maiores parceiros. Continua sendo, mas com um determinado declínio no comércio, nas nossas exportações”, observou Carlos Abijaodi, diretor de desenvolvimento industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), que participa da delegação de empresários brasileiros em Bruxelas. “Tem uma justificativa, talvez, pela crise, mas também por um ativismo maior do nosso comércio, a quantidade de barreiras não-tarifárias que a gente encontra”, observa.

No esforço de ampliar a parceria bilateral, um plano de ação para competitividade, investimentos e padronização de normas entre ambos deve ser lançado. Estará presente em um encontro empresarial, com representantes das suas potências.

“É importante dizer que esta cúpula está coroada por um longo processo de negociações entre o Brasil e a União Europeia, que é o maior parceiro comercial do Brasil e detém mais de 50% dos investimentos estrangeiros no país. (…) Está previsto o lançamento do plano de ação de competitividade e investimentos, no âmbito do encontro empresarial, que é parte importante dessa cúpula de chefes de estado”, declarou ministro do Desenvolvimento, Mauro Borges, ao Blog do Planalto.

Mercosul: negociações complexas

Outro assunto que deve ser evocado é o acordo de livre comércio entre a UE e o Mercosul, negociado há 15 anos. Do lado sul-americano, o acerto esbarra principalmente na redução de tarifas e, neste momento, na dificuldade de a Argentina se comprometer, em plena crise econômica. Pela parte dos europeus, o principal problema são os subsídios agrícolas em vigor no bloco, que dificultam o acesso aos produtos do Mercosul. A expectativa, entretanto, é que as propostas de cada lado sejam apresentadas até o final de março.

No início do mês, Dilma afirmou que debateria com os europeus o sistema de tributação da Zona Franca de Manaus – a União Europeia consulta a Organização Mundial do Comércio (OMC) sobre medidas fiscais brasileiras que prejudicariam o comércio internacional. A presidente espera convencer os parceiros a abandonar a demanda, para evitar que seja levada a um painel na OMC.

Além dos temas econômicos, a Cúpula deve debater assuntos de educação, ciência e tecnologia, defesa e governança da internet. A presidente realiza a viagem acompanhada dos ministros das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, do Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Mauro Borges, da Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp, e da Secretaria de Comunicação Social, Thomas Traumann, além do assessor especial da presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia. A comitiva retorna ao Brasil por volta das 16h desta segunda (12 em Brasília).

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