Crise na Ucrânia não compromete Cúpula do Brics, diz ministro
O ministro das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, garantiu nesta sexta-feira (25) que a crise na Ucrânia não vai comprometer a realização da 6ª Cúpula do Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e Africa do Sul), prevista para julho em Fortaleza. Ao lado do ministro chinês Wang Yi, Figueiredo declarou que a criação do Banco de Desenvolvimento dos Brics deve ser anunciada na ocasião.
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"Não vejo nenhuma relação entre a questão da Crimeia e a reunião dos Brics. São assuntos que não se comunicam entre si e, portanto, o tema não traz nenhuma incidência para a reunião", afirmou o chanceler brasileiro, em coletiva de imprensa.
A Rússia, membro do grupo de potências emergentes, enfrenta a mais grave crise de relações com o Ocidente desde a Guerra Fria, após a anexação da região da Crimeia, que pertencia à Ucrânia. A ONU condenou a tomada do território, oficializada depois de um referendo sobre a questão na região autônoma ucraniana. O Brasil tem defendido o dialogo como saída para a crise.
O ministro chinês esteve no país para a primeira edição do Diálogo Estratégico Global entre os dois países, que prevê reuniões anuais Brasília e Pequim para o reforço da agenda bilateral. Em 2014, as relações diplomáticas entre os dois países completam 40 anos. A China é o principal parceiro comercial do Brasil.
Wang aproveita a ocasião para preparar a primeira visita do presidente Xi Jinping ao país, durante a 6ª Cúpula dos Brics. O evento ocorrerá após a Copa do Mundo.
Banco de Desenvolvimento
Até lá, os países-membros do Brics pretendem finalizar a criação de um Banco de Desenvolvimento do grupo, um projeto debatido há quase três anos. O objetivo da instituição é financiar o desenvolvimento de países pobres e prestar ajuda financeira se um dos Brics passar por dificuldades.
"A construção do Banco de Desenvolvimento corresponde ao interesse de todos os membros e faremos todos os esforços para o seu estabelecimento", declarou o ministro chinês.
Na opinião de Figueiredo, a análise segundo a qual os Brics estão enfraquecidos é “equivocada”. “Os países do sul seguem sendo, especialmente os países dos Brics, a mola mestra do crescimento mundial nos últimos anos", argumentou. "Quem acha que os países emergentes perdem dinâmica, força e importância na economia mundial está muito enganado."
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