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Brasil/ Olimpíadas

Vice do COI diz que preparação das Olimpíadas do Rio são “as piores” em 40 anos

O vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o australiano John Coates, aumentou a pressão nesta terça-feira (29) sobre o Rio de Janeiro, sede dos próximos Jogos Olímpicos, ao afirmar que os preparativos da Rio 2016 são “os piores que já viu”. Coates visitou a cidade seis vezes, como membro da Comissão de Coordenação do COI que supervisiona os Jogos.

O vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o australiano John Coates.
O vice-presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), o australiano John Coates. Reuters/Issei Kato
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Durante um Fórum Olímpico em Sydney, o vice-presidente afirmou que o comitê se viu obrigado a adotar medidas "sem precedentes", ao colocar especialistas no comitê organizador do Rio para garantir a celebração do evento esportivo. "O COI criou uma força especial para tentar acelerar os preparativos, mas no local a situação é crítica", disse.

Coates destacou que os trabalhos de construção ainda não começaram em algumas instalações e que a infraestrutrura está bastante atrasada. Afirmou ainda que a qualidade da água na baía de Guanabara é uma grande preocupação, a cerca de dois anos do início dos Jogos. "O COI adotou um papel mais ativo, algo sem precedentes para o comitê, mas não há plano B. Vamos ao Rio", ressaltou.

A construção de muitas instalações sofre atrasos e aumentos dos custos à medida que se aproximam os primeiros Jogos Olímpicos no continente sul-americano.

"Acredito que a situação é pior que em Atenas (em 2004)", disse Coates, que trabalha há quase 40 anos no movimento olímpico. "Em Atenas, tínhamos de lidar com um governo e alguns órgãos municipais. Aqui existem três. Existe pouca coordenação entre o governo federal, o estadual e o municipal, que é responsável por grande parte das construções", observou, lembrando que a situação acontece “em uma cidade que tem problemas sociais que devem ser abordados”. “É a pior que eu já vivi”, constatou.

Atrasos nas obras

Os problemas de má comunicação entre os três níveis de governo e os organizadores resultaram em duras críticas das federações internacionais. O COI anunciou uma série de medidas este mês para acelerar os preparativos, incluindo a contratação de mais monitores e de gerentes de projetos para fiscalizar o andamento das obras, além de ampliar o número de viagens ao Rio do diretor de Jogos Olímpicos da entidade, Gilbert Felli.

Entre os principais problemas está o atraso no início da construção do Complexo de Deodoro, onde serão disputadas oito modalidades. A obra teve licitação lançada somente neste mês. Também preocupam a poluição da baia de Guanabara, onde serão realizadas as provas de vela, e a falta de orçamento para diversos projetos voltados aos Jogos.

Custos já estão acima do previsto

Até o momento o custo das Olimpíadas do Rio chega a 37,5 bilhões de reais, sendo que a previsão de gastos era de 29 bilhões de reais na candidatura da cidade. As autoridades cariocas alegam que não se pode comparar os valores uma vez que houve mudanças de projetos e que as cifras de 2009 precisam ser atualizadas pela inflação.
 

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