Banco Alimentar de Cabo Verde prevê aumento da insegurança alimentar
O Banco Alimentar contra a Fome de Cabo Verde antevê o agravamento da insegurança alimentar no país que tem vindo a conhecer episódios de seca cada vez mais acentuados e, por outro lado, uma crescente pauperização de certas faixas da sua população, em contexto de difícil retoma pós-covid e de dificuldades geradas pela guerra na Ucrânia.
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A presidente do Banco Alimentar Contra a Fome de Cabo Verde não tem dúvidas que a insegurança alimentar no país vai se agravar entre os meses de Junho e Agosto. Ana Maria Hopffer Almada, em declarações à rádio pública cabo-verdiana, recorreu aos dados do Comité Inter-Estados de Luta contra a Seca no Sahel (CILSS) que projecta que 41% da população em Cabo Verde vai passar por insegurança alimentar e nutricional.
“Temos estado a acompanhar os dados do instrumento do CILSS para medir a carência alimentar cabo-verdiana e os dados estão claros. A situação não é boa e a tendência é para piorar. Junho/Agosto está a prever que 41% da população cabo-verdiana permaneça em carência alimentar” disse Ana Maria Hopffer Almada.
A presidente do Banco Alimentar Contra a Fome de Cabo Verde explicou que os pedidos de ajuda alimentar duplicaram e há uma diversificação das pessoas que precisam de apoio em alimentos.
“Antes eram idosos, acamados, pessoas com deficiência e pessoas que não podem trabalhar, cerca de 640 famílias, mas agora temos o mesmo número de pessoas que podem trabalhar, mas estão sem trabalho, sobretudo mulheres que vivem do comércio informal, mas que perderam a sua capacidade de negócio com a pandemia” esclareceu.
O Banco Alimentar Contra a Fome de Cabo Verde foi criado em 2012 pela Fundação Donana, com o apoio da associação Entreajuda, que gere o Banco Alimentar de Portugal.
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