Relatório acusa governo e Tepco por má gestão do acidente de Fukushima
O relatório final do executivo japonês publicado nesta segunda-feira sobre a catástrofe de Fukushima, ocorrida em março de 2011, no nordeste de Tóquio, aponta que o governo do Japão e a companhia de energia Tepco, Tokyo Electric Power na sigla em inglês, que administrava a central, ignoraram o perigo ligado à energia nuclear, o que tornou o acidente possível.
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A comissão de investigação, composta por engenheiros, pesquisadores e juristas e comandada pelo governo, publicou um texto final de 450 páginas, fruto de análises e entrevistas com 772 pessoas, antes e depois do acidente, que obrigou a retirada de milhões de japoneses da região ameaçada.
Segundo o documento, as autoridades e a Tepco não tomaram as medidas necessárias para evitar o acidente e ainda tiveram uma má atuação na gestão da catástrofe, a mais grave após o vazamento de Tchernobyl, na Ucrânia, em 1986.
O relatório critica diretamente o então primeiro-ministro japonês, Naoto Kan, e sua equipe na administração da crise e acusa a companhia de energia de ter problemas internos e ter demorado para identificar as causas das explosões em três reatores da central, provocadas por um terremoto e um tsunami, o que impede a indústria nuclear do país de tirar conclusões adequadas sobre o ocorrido.
Esse é o quarto relatório sobre o caso que denuncia que o excesso de confiança no grau de segurança das centrais nucleares, impediram os profissionais de preverem cenários graves de crise. O texto lembra que em 2006, a Agência de Segurança Nuclear do Japão se negou a colocar em ação um plano para reforçar a segurança das usinas do país.
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