Paisagista brasileiro ganha mostra em Paris
La Cité de l'Architecture & du Patrimoine (Cidade da Arquitetura e do Patrimônio), em Paris, abriu nesta quarta-feira uma exposição que propõe aos visitantes uma reflexão sobre a vida contemporânea e as possibilidades de trazer mais verde aos locais urbanizados.
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Trabalhos de Roberto Burle Marx, um dos maiores paisagistas do século XX, estão na vernissage que leva o nome de La Permanence de l'instable (A permanência do instável).
A mostra contém projetos de jardins ornamentais no Brasil e no exterior que são verdadeiras pinturas, quadros com motivos naturais ou abstratos, além de fotografias e o documentário Eu, Roberto Burle Marx, realizado em 1989. Apenas algumas das múltiplas facetas de Burle Marx, que não era somente paisagista, mas também pintor, escultor, pesquisador, músico, ceramista, tapeceiro e criador de jóias.
Este paulista nascido em 1909 começou a ter contato com as plantas aos 8 anos, quando se mudou com sua família para o Rio de Janeiro. "Ele criou a linguagem moderna do paisagismo, ao trazer a estética da pintura da geração dele para o paisagismo", diz Lauro Cavalcanti, curador da exposição.
A descoberta das plantas tropicais aconteceu no Jardim Botânico de Berlim, enquanto Burle Marx pintava, durante o período em que morou na Alemanha para fazer um tratamento nos olhos. Segundo o curador da vernissage, Burle Marx "mostra que as plantas tropicais, que antes eram discriminadas até pelos próprios brasileiros, são nobres e suficientemente bonitas para estar na paisagem".
A permanência do Instável teve origem no centenário de Burle Marx, em 2009. A mostra já passou por São Paulo, Rio de Janeiro, Berlim e estará em Paris até o dia 24 de julho.
Ouça a reportagem de Bruna Sá, que visitou a exposição:
Lauro Cavalcanti, comissário da exposição, entrevistado por Bruna Sá
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