Mesmo presos, cineastas iranianos terão filmes inéditos em Cannes
Impedido de deixar seu país no ano passado para participar do Festival de Cinema de Cannes, os cineastas Jafar Panahi e Mohammad Rasoulof terão seus últimos filmes projetado nesta 64ª edição. Os diretores cumprem penas de seis anos de prisão domiciliar, acusados de hostilidades ao regime do país.
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"In ilm Nist" ("Isto não é um Filme", em tradução livre), produzido com Mojtaba Mirtahsmab, em condições semi-clandestinas, é o título da mais recente obra de Jafar Panahi que será apresentada em sessão especial no Festival de Cannes.
O longa do iretor iraniano Mohammad Rasoulof, que também está preso, participará da mostra "Um Certo Olhar". O filme se chama "Bé Omid é Didar" (Adeus) e será projetado no dia 13 de maio.
Neste sábado, em um comunicado, o presidente do festival, Gilles Jacob, e o diretor, Thierry Frémaux, informaram que os dois filmes chegaram às suas mãos nestes últimos dias, clandestinamente. "Um ato de coragem e esperança por parte dos cineastas", disseram os organizadores.
"O fato de estarmos vivos e o sonho de preservar o cinema iraniano intacto nos encoraja a superar as restrições que nos são feitas atualmente", declarou Jafar Panahi em mensagem datada de 5 de maio e citada no comunicado. Seu filme tem o ritmo de um diário de bordo e conta sua vida nos últimos meses, à espera do veredito da justiça.
Figura mítica da vanguarda iraniana, Jafar Panahi foi condenado no dia 20 de dezembro a seis anos de prisão e 20 anos de proibição de trabalhar. Cannes já tinha previsto uma homenagem a ele na Quinzena dos Diretores: projetar seu filme "Offside", rodado em 2005, ao lado de sua cadeira vazia.
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