Festival de Cannes seleciona documentário sobre a Líbia

O Festival de Cannes anunciou nesta sexta-feira a seleção de um documentário sobre a guerra na Líbia, O Juramento de Tobrouk, do filósofo Bernard-Henri Lévy. Ele será apresentado em sessão especial no dia 25 de maio, segundo o presidente do Festival Gilles Jacob, e o diretor artístico Thierry Frémaux.

O filósofo francês, Bernard Henri Levy Reuters

O documentário, filmado durante os oito meses do conflito que resultou na queda do ex-ditador Mouammar Kadhafi, acompanha um grupo de personagens na Líbia, em Paris, Londres e Nova York. Lembrar a revolução líbia, segundo a direção do Festival, é uma maneira de protestar contra a violência na Síria, palco de uma carnificina perpretada pelo governo.

O filme torna mais revoltante o que ocorre ainda hoje na Síria de Bachar al-Assad, ressaltaram Jacob e Frémaux. "O Juramento de Tobrouk", mostra que "as convicções e as ideias podem mudar o curso da história e possibilitar a ingerência humanitária e política que até o momento parecia impensável", escrevem Jacob e Frémaux.

Bernard Henri Lévy influenciou diretamente o governo francês, incitando o país a se posicionar ao lado dos rebeldes, e a convencer a comunidade internacional a criar uma zona de exclusão aerea para bloquear os ataques das forças de Kadhafi contra os insurgentes. O filósofo deverá participar do festival ao lado de quatro protagonistas do filme. Ele espera, com a solução, "homenagear os líbios e esperança aos sírios.”

Desde 1981, o Festival de Cannes reserva um espaço para acontecimentos que marcaram a política internacional: no ano passado, a Primavera Árabe foi homenageada com a exibição de filmes de cineastas egípcios, tunisianos e iranianos. Neste ano, a África será particularmente lembrada, com quatro filmes na seleção oficial: Depois da Batalha ou a Revolução Confiscada, do cineasta egípcio Yousry Nasrallah, o filme marroquino Os Cavalos de Deus, de Nabil Ayouche, sobre terrorismo, A Piroga, sobre imigração, e o documentário de Henri Lévy.