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Arte contemporânea

Catar lança ofensiva no mercado de arte para enriquecer seus museus

O Catar está conduzindo uma ofensiva no mercado de arte: o país procura ativamente obras de arte moderna e contemporânea para enriquecer as coleções de seus museus e não se importa em pagar caro. Essa tendência foi evidenciada por um estudo da Artprice, empresa francesa que acompanha as flutuações do mercado de arte.

Museu de Arte Islâmica do Catar; o país investe na compra de obras contemporâneas e se interessa particularmente por jovens artistas árabes.
Museu de Arte Islâmica do Catar; o país investe na compra de obras contemporâneas e se interessa particularmente por jovens artistas árabes. Flickr
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Desde um ano e meio atrás a Artprice constatou "um número impressionante de pesquisas originárias do Catar em sua base de dados", declarou Thierry Ehrmann, presidente fundador da empresa, que é líder mundial em dados sobre o mercado de arte.

A Artprice oferece a seus assinantes cotações e indicadores do mercado de arte, com resultados de vendas e imagens de obras de mais de 450 mil artistas, além de funcionar como intermediário para compras à distância em leilões de arte. 

"O Catar, que conta somente 1,8 milhão de habitantes e é menor do que qualquer região alemã, produz no total um número de pesquisas mais ou menos equivalente ao da Alemanha", um país de 81 milhões de habitantes, afirmou Thierry Ehrmann. Ele confessou ter ficado surpreso com essa "verdadeira máquina de guerra" montada pelo Catar para tomar conta do mercado de arte.

"O Catar não corre riscos, seleciona o melhor e paga o preço necessário por ele", diz. "O país quer fazer de Doha uma capital mundial da arte", acrescenta Ehrmann.

A ascensão do Catar no mercado de arte já havia sido notada pelos observadores, sobretudo no início do ano após a compra dos "Jogadores de cartas" de Paul Cézanne pour um preço estimado em US$ 250 milhões - nada menos do que a transação mais alta já registrada no mercado de arte.

Segundo o estudo, graças a seus recursos financeiros abundantes o país dá lances de cerca de 40% a 45% acima das cotações iniciais nos leilões de obras de arte. O Catar, que não possui casas de leilão, trabalha com especialistas internacionais de alto nível que o aconselham em suas compras diretas ou em leilões.

O país procurar obras de mais de € 100 mil euros. Ele se interessa pouco pela arte antiga ocidental, mas se concentra na arte moderna e contemporânea, segundo Ehrmann. O Catar tem um interesse particular nos jovens artistas do mundo árabe.

Cidadãos do Catar e seus conselheiros fizeram pesquisas ativas nos últimos meses no site da Artprice sobre os americanos Richard Serra, Jeff Koons, Mark Rothko, o britânico Damien Hirst, o japonês Takashi Murakami e a artista americana de origem francesa Louise Bourgeois, falecida em 2010.

O Estado árabe abriu em 2008 um museu de arte islâmica, depois em 2010 uma instituição dedicada à arte moderna árabe. Ele confiou ao renomado arquiteto francês Jean Nouvel a tarefa de construir o novo prédio do museu nacional do Catar.
 

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