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Brasil/Música

Morte de Nelson Ned repercute na Europa e América Latina

A morte do cantor brasileiro Nelson Ned, neste domingo, aos 66 anos de idade, repercutiu na imprensa europeia e de vários países latino-americanos. Conhecido em diversos países como “Pequeno Gigante da canção" romântica, Nelson Ned morreu em um hospital de Cotia, na região metropolitana de São Paulo, devido a complicações provocadas por  pneumonia, problemas respiratórios agudos e renais.

Morte de cantor e compositor Nelson Ned ganha repercussão em imprensa internacional.
Morte de cantor e compositor Nelson Ned ganha repercussão em imprensa internacional. Fotomontagem da el universal.com
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“Falece o pequeno gigante da canção”, escreveu o site El Nuevo Herald da América Latina. A voz imponente e melodiosa que conquistou a América com seus boleros se apagou na noite deste domingo, informou a publicação que dedicou extensa reportagem para lembrar da carreira do contar nascido em Ubá, Minas Gerais.

El Nuevo Herald lembra que já em São Paulo, ganhou do ator Paulo Gracindo o apelidou de “pequeno gigante da canção”. Sua consagração foi em 1968 ao vencer o Festival Internacional da Canção de Buenos Aires com “Tudo Passará”, sua canção mais famosa que foi gravada em 40 idiomas, afirmou o site.

O Global Post escreveu ainda que o apelido “Pequeno Gigante da Canção” faz referência à sua altura, de apenas 1m12, e Nelson Ned emergiu nos anos 60 como cantor romântico cujo sucesso o levou a gravar e vender milhares de discos em espanhol.

Ao todo, o cantor vendeu 45 milhões de discos, e se tornou o primeiro brasileiro a superar a marca de 1 milhão de cópias vendidas no mercado dos Estados Unidos, onde se apresentou ao lado de estrelas internacionais como Julio Iglesias e Tony Bennett e lotou por três vezes a famosa casa de shows Carnegie Hall em Nova York.

O Global Post explicou que depois de um acidente vascular cerebral, Nelson Ned ficou cego do olho direito e passou a se locomover em cadeiras de rodas. “Ele também sofria de diabetes, hipertensão e estava no início do Mal de Alzheimer”, escreveu o site voltado para a comunidade americana.

Com o título “O drama de um romântico”, o jornal mexicano El Universal escreveu que a obra e a vida de Nelson Ned “foi inversamente proporcional à sua estatura”. Em mais de 50 anos de música romântica, ele viveu a doçura e o reconhecimento de uma carreira marcada por muitos sucessos, mas, também, por uma trajetória de cheia de desventuras e excessos, escreveu o diário.

Drogas e conversão

Em diversas oportunidades ele admitiu sua fraqueza por drogas, álcool e mulheres, período em que ele resumiu como “perdição”, afirmou o El Universal, antes de destacar a conversão do cantor à Igreja Evangélica nos anos 90. Nelson Ned passou a cantar músicas religiosas em português e espanhol, afirmou o jornal mexicano.

O jornal português O Público escreveu que o imenso sucesso de Nelson Ned com a música romântica só foi ultrapassado por Roberto Carlos. O cantor também foi associado à canção “brega”, que o diário português explica ser uma denominação no Brasil para um estilo “pouco refinado”.

O jornal lembra que Nelson Ned foi o primeiro dos sete filhos de um casal do interior de Minas Gerais e chegou aos 17 anos no Rio de Janeiro onde encontrou seu primeiro emprego em uma fábrica de chocolates.

Foram nove anos de espera, desde o lançamento de sua música de estreia nos anos 60, “Eu sonhei que tu estavas tão linda”, até começar a fama, lembra o Público.

Em entrevista à agência Lusa, o jornalista Paulo César Pinheiro destacou que Nelson Ned “fez muito sucesso entre as camadas populares, mas não há dúvidas de que o seu reconhecimento e prestígio foram muito maiores no estrangeiro”.

O Público terminou sua reportagem informando que o Nelson Ned declarava-se ser um “cantor romântico apaixonado” e que dizia: “sempre precisei da solidão, dor e amor para escrever”.
 

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