Festival de fotojornalismo na França mostra força de imagens
Durante duas semanas, a cidade de Perpignan, a 850km ao sul de Paris, se transforma em ponto de encontro mundial do fotojornalismo, durante o festival VISA pour l’image. Mosteiros e igrejas medievais viram grandes salas de exposição, acolhendo milhares de apreciadores desse estilo de fotografia, desse jornalismo contado por imagens.
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Os conflitos, os desastres naturais, historias humanas diversas ganham palco em Perpignan, terra catalã que já foi capital do Reino de Maiorca na Idade Média. Síria, Mongólia, República Centro-Africana (RCA), Índia, Filipinas e outros cantos passam por releituras pictóricas de estilos diversos, em cores ou em preto e branco.
Clique aqui para ver uma seleção de imagens do evento deste ano.
O Brasil pré-Copa também está presente, com uma experiência feita pelo chefe de fotografia da sucursal da Agência France Presse no Rio, Christophe Simon. Na antecipação do grande evento, ele reuniu adolescentes da favela carioca Cidade de Deus, que traduziram em imagens suas perspectivas sobre um tema onipresente: o futebol.
Criado em 1989, o evento virou referência, mas sobrevive com dificuldades, como conta Jean-François Leroy, diretor do festival. "Apesar do sucesso todos os anos, nunca tivemos tanta dificuldade para financiar a fotografia; a imprensa não investe mais decentemente nessa área", diz.
Profissão perigo
Desde o começo do ano, 70 jornalistas já morreram em campo, arriscando suas vidas por histórias e imagens. A projeção noturna que acontece todas as noites ao ar livre, misturando retrospectiva e reportagens especiais, abriu nesta terça-feira com uma homenagem à jornalista Ghislaine Dupont e ao técnico de radiodifusão Claude Verlon, ambos da RFI, assassinados no Mali no final do ano passado.
O festival presta homenagens para outros profissionais mortos no exercício de suas funções, como a alemã Anya Niedringhaus, morta no Afeganistão em abril, e o americano Chris Hondros, assassinado na Líbia em 2011. Ou ainda a jovem fotógrafa francesa Camille Lepage, executada na RCA em maio, e o americano James Foley, decapitado no mês passado, no Iraque.
Prêmio RFI
Pelo sexto ano consecutive, a RFI e a France 24 entregam o prêmio do melhor documentário web. Este ano, os vencedores foram Samuel Bollendorf e Olivia Colo, por “O Grande Incêndio” (Le Grand Incendie). O tema desse trabalho interativo é o suicídio por imolação. O próprio espectador, ou melhor, cibernauta, assiste o documentário seguindo a ordem que preferir, a partir de tópicos oferecidos sobre a reportagem. Outras premiações acontecem ao longo do festival, como os VISA de ouro nas categorias Notícias, Revistas ou Jornais, além da distribuição de bolsas.
O festival VISA pour l’Image acontece até o dia 14 de setembro.
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