Campeãs espanholas não voltam à selecção sem mudanças estruturais
As campeãs mundiais de futebol feminino mantêm a posição de não regressar à selecção espanhola porque não foram feitas alterações estruturais suficientes. De acordo com a imprensa espanhola desportiva, as jogadoras enviaram uma carta à Real Federação Espanhola de Futebol a explicar que as saídas do ex-presidente Luis Rubiales e do ex-seleccionador Jorge Vilda não chegam porque ainda há pessoas de confiança de Rubiales em diferentes cargos da Federação.
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O aviso já tinha sido expressado num comunicado de 25 de Agosto, mas voltou a ser reforçado, hoje, numa carta enviada à Real Federação Espanhola de Futebol, de acordo com a imprensa espanhola. As campeãs mundiais de futebol feminino não regressam à “Roja” enquanto não forem feitas alterações estruturais suficientes. As saídas do ex-presidente Luis Rubiales e do ex-seleccionador Jorge Vilda não chegam e elas pedem o afastamento de mais pessoas do círculo de Rubiales.
A decisão das futebolistas é conhecida horas antes de a nova seleccionadora de Espanha, Montse Tomé, anunciar o nome das convocadas para os jogos da Liga das Nações, contra a Suécia e a Suíça, nos próximos dias 22 e 26 de Setembro.
É um cartão vermelho para toda a federação da parte das jogadoras que têm protagonizado uma revolução no futebol e na sociedade espanhola. Tudo começou com os festejos da vitória no mundial em que Luis Rubiales deu um beijo na boca à jogadora Jenni Hermoso. As imagens criaram uma onda de indignação geral e um ponto de não retorno no futebol feminino espanhol. Ele ainda a culpou a ela, disse que o beijo foi consentido e falou em “falso feminismo” durante uma assembleia da Federação. A FIFA acabou por suspendê-lo do cargo durante 90 dias e o Tribunal Administrativo do Desporto de Espanha abriu uma investigação por “agressão sexual”.
Mesmo assim, ele insistia em não apresentar a demissão. Até que, a 25 de Agosto, 81 jogadoras e ex-jogadoras, incluindo as 23 campeãs do mundo, mostraram o seu apoio a Jenni Hermoso e pediram “respostas contundentes dos poderes públicos para que não fiquem impunes acções” como as que aconteceram na final do Campeonato do Mundo. As campeãs também avisaram que não voltariam à selecção se continuassem os actuais dirigentes. Duas semanas depois, Rubiales acabou por se demitir da presidência e o seleccionador Jorge Vilda foi despedido.
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