Missão de inspeção constata progressos na economia da Grécia

Inspetores do Fundo Monetário Internacional (FMI) e da União Europeia encerraram, nesta quinta-feira, uma visita de duas semanas a Atenas, em que concluíram que a economia grega registrou “progressos”, mas ressaltaram que ainda é necessário superar alguns “desafios”.

O ministro de Finanças grego, George Papaconstantinou. Reuters

O objetivo dos inspetores era avaliar a aplicação das medidas de austeridade adotadas pelo governo grego em maio deste ano para reequilibrar as contas do país. Em troca das medidas de rigor, o FMI e os países da zona euro prometeram à Grécia um empréstimo de 110 bilhões, concedido em um prazo de 3 anos.

Antes de deixar Atenas, o presidente da missão União Europeia-FMI, Poul Thomsen, o representante da Comissão Europeia, Servaas Deroose, e o representante do Banco Central Europeu, Klaus Masuch, estimaram que as medidas seguiam um ritmo "dinâmico", principalmente em relação à "redução das despesas públicas, às reformas estruturais e à consolidação do setor bancário".

Eles ressaltaram, entretanto, que apesar dos bons resultados, ainda há setores de riscos, como o energético, em uma alusão velada à privatização da empresa pública de energia, DEI, cuja maioria do capital ainda é detido pelo estado. Os inspetores também alertaram para a necessidade da companhia ferroviária grega sanear sua dívida, estimada em mais de 10 bilhões de euros.

O ministro grego das Finanças, Georges Papaconstantinou, considerou a primeira avaliação dos inspetores “absolutamente positiva" e disse que a segunda parcela do empréstimo "está assegurada", referindo-se aos 9 bilhões de euros que a Grécia deve receber até meados de setembro.

O governo grego também se mostrou mais otimista que os inspetores, estimando que a contração do Produto Interno Bruto (PIB) do país este ano vai se situar entre 3% e 3,5%, ao invés dos 4% previstos pelos inspetores.