Inflação dispara na China e na Índia
O índice de preços ao consumidor, principal indicador da inflação na China, atingiu em maio 5,5%, o patamar mais elevado desde julho de 2008. Na vizinha Índia, em maio a inflação chegou a 9,06% em 12 meses, surpreendendo os analistas que projetavam uma taxa de 8,7% no mesmo período.
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A alta de 5,5% no índice de preços ao consumidor no mês de maio, contra 5,3% em abril, levou o governo chinês a aumentar as reservas obrigatórias dos bancos. Esses depósitos, que as instituições bancárias são obrigadas a colocar de lado e, portanto, não podem conceder a título de empréstimos, acabam contendo a expansão da massa monetária. Como é o excesso de liquidez que gera a inflação, as autoridades chinesas não têm outra escolha a não ser limitar o crédito.
Há quase três anos a China não registrava uma inflação tão elevada. Em julho de 2008, o índice chegou a 6,3% e passou a ser vigiado de perto pelas autoridades. Um dos maiores receios do governo chinês é que a alta dos preços, principalmente dos alimentos, provoque uma explosão social. O porta-voz do Instituto Nacional de Estatísticas (BNS) reconheceu que a China, segunda maior economia do mundo, continua exposta a pressões inflacionárias importantes.
A pressão sobre os preços foi agravada pela seca e as inundações que atingiram as regiões centro e sul do país, nas últimas semanas. O já problemático abastecimento de energia foi prejudicado e os preços das matérias-primas agrícolas dispararam, atingindo em cheio as famílias modestas que gastam a maior parte de seus rendimentos com produtos de primeira necessidade. Aposentados, camponeses e trabalhadores migrantes também sofrem com a alta da inflação.
O governo comunista vai tentar evitar que uma nova onda de greves, como a que atingiu o porto de Xangai em abril, se repita. É provável, segundo analistas, que para conter o superaquecimento da economia chinesa, o governo continue a aumentar as taxas de juros nos próximos meses.
Inflação na Índia supera 9% em um ano
O governo indiano tenta controlar sem sucesso a inflação galopante que tomou conta da economia do país. Em maio, a inflação chegou a 9,06% no acumulado dos últimos 12 meses, puxada principalmente pela alta dos preços dos alimentos e da gasolina. Como mandam os manuais de economia, é provável que o Banco Central indiano anuncie na semana que vem, por ocasião de sua reunião periódica, um aumento das taxas de juros.
Se a tendência se confirmar, será a décima alta dos juros básicos na Índia em 16 meses. Economistas indianos consideram aceitável, para o ritmo de crescimento atual, uma taxa de inflação de 5 a 6% ao ano na Índia.
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