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Crise/ zona do euro

Taxa sobre operações financeiras pode valer para os 27 países da UE

A criação de uma taxa sobre as operações financeiras deve incidir sobre os 27 países-membros da União Européia, e não apenas os 17 que adotam o euro, afirmou hoje um porta-voz do governo alemão. Também o ministro da Economia da Irlanda, Michael Noonan, disse ser favorável a um tributo financeiro que inclua toda a União Europeia.

Centro financeiro da City de Londres se opôs à criação da taxa.
Centro financeiro da City de Londres se opôs à criação da taxa. freefoto.com
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A medida foi proposta ontem pela chanceler alemã, Ângela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, após uma reunião bilateral para tratar sobre a crise na Europa. Os dois líderes devem apresentar uma proposta conjunta para os demais membros do grupo em setembro, e não especificaram os contornos da taxa. O anúncio desta e outras medidas, como o fortalecimento da governança da zona do euro, não tranquilizaram os mercados, que abriram em baixa e operam instáveis nesta quarta-feira.

O ministério da Economia do Reino Unido já declarou que uma cobrança sobre as transações financeiras só pode funcionar se for adotada em nível mundial, sob o risco de as transações se dirigirem para os países que não aplicam o tributo. Também a Associação dos Bancos Britânicos, que representa a City de Londres – o maior centro financeiro europeu – reagiu negativamente à idéia, afirmando que as economias que adotarem unilateralmente o imposto serão prejudicadas.

Nesta manhã, o governo francês divulgou o conteúdo de uma carta-conjunta, assinada por Sarkozy e Merkel, enviada para o presidente da União Europeia, Herman Van Rompuy. No texto, eles se dizem contrário à permanência das ajudas financeiras para os países que não fizerem esforços de redução de déficit.

“No futuro, os pagamentos oriundos dos fundos estruturais e de coesão deveriam ser suspensos para os países da zona do euro que não se conformarem às recomendações sobre déficits excessivos”, afirma a carta. A França e a Alemanha são as duas maiores potências do bloco europeu e têm um poder considerável nas decisões do grupo. Para ambos, o cumprimento das determinações é “indispensável para melhorar o crescimento econômico e a competitividade da zona do euro”.

Os dois insistiram junto à presidência da UE para que haja acompanhamento dos planos de austeridade que estão sendo aplicados com fundos europeus, como é o caso da Grécia e de Portugal. Eles também pediram que um governo da zona euro seja eleito pelos 17 países-membros, com um mandato de dois anos e meio. “O euro é o fundamento do nosso sucesso econômico e o símbolo da unificação política do nosso continente”, afirma o texto.

 

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