Recessão volta à Espanha e déficit público do país atinge 8,51% do PIB

A economia espanhola voltou à recessão após a divulgação de que o PIB do país recuou 0,4% no primeiro trimestre deste ano em relação ao último trimestre de 2011, que já havia registrado uma queda de 0,3% em relação ao trimestre anterior. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira pelo Banco da Espanha.

Bolsa de Madrid mostra evoluação negativa em abril. REUTERS/Susana Vera

“Segundo as informações disponíveis, ainda incompletas, nós estimamos que o PIB se contraiu (no 1° trimestre) ligeiramente mais que no trimestre do ano passado, com uma taxa trimestral de -0,4%”, escreveu o Banco Central espanhol em seu relatório mensal. As previsões do Banco da Espanha geralmente são confirmadas pelas estatísticas oficiais, o que deve acontece na próxima segunda-feira.

Tecnicamente, dois trimestres consecutivos de queda no PIB significam a entrada de um país em recessão. A Espanha tinha saído de uma recessão no início de 2010.

“ A economia espanhola começa 2012 com uma recaída”, afirma o Banco da Espanha , estimando que a evolução do PIB - a soma das riquezas produzidas pelo país- nos próximos meses vai depender das previsões e riscos associados com a crise das dívidas soberanas na Europa.

Depois de um crescimento fraco no ano passado, de 0,7%, o governo espanhol prevê uma queda de 1,7% do PIB este ano, agravando a situação econômica do país refletida principalmente na taxa de desemprego que pode chegar a 23,4% em 2012, segundo previsões oficiais.

Déficit

O déficit público espanhol atingiu 8,5 do PIB em 2011, confirmou nesta segunda-feira a Eurostat, a agência oficial de estatísticas da União Europeia. O governo espanhol havia anunciado no início do ano que o déficit público do país seria de 8,51% e não 6% previstos inicialmente , gerando muitos questionamento por parte de seus parceiros europeus.

No início de março, o chefe de governo espanhol, Mariano Rajoy, já havia alertado que o país não iria cumprir a meta de reduzir para 4,4% o déficit público em 2012. O rombo deverá ficar em 5,8% do PIB, acima da nova meta de 5,3% fixada pelos países da zona do euro após a decisão de aliviar a pressão sobre Madri.

Esse novo rombo das contas espanholas gerou muitas críticas na Europa diante dos esforços de outros países como a Bélgica e a Holanda que tiveram de apertar o cinto para cumprir as regras previstas no Pacto de Estabilidade para a zona do euro.