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Europa/ crise

Zona do euro evita recessão e fica estagnada no primeiro trimestre

A zona do euro evitou a recessão no início de 2012, mas a crise da dívida da região afetou gravemente as economias da França e da Itália, ampliando as diferenças em relação à Alemanha, o país mais estável do grupo. Conforme dados divulgados nesta terça-feira pela agência de estatísticas da UE (Eurostat), o Produto Interno Bruto (PIB) da zona do euro estagnou no primeiro trimestre.

Pessoas fazem fila diante de uma das agências estatais de emprego em Madri.
Pessoas fazem fila diante de uma das agências estatais de emprego em Madri. REUTERS/Andrea Comas
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O resultado de 0% crescimento foi um pouco melhor do que a expectativa de economistas, que previam um recuo de 0,2%, e foi o suficiente para evitar a recessão após uma contração de 0,3% nos últimos três meses de 2011. Tecnicamente, a recessão é definida por dois trimestres consecutivos de PIB negativo.

Uma expansão surpreendentemente forte da Alemanha, a maior economia da Europa, salvou o bloco do recuo: a economia dos alemães cresceu 0,5%. Já a França permaneceu estagnada, enquanto a Itália, terceira economia da zona do euro, contraiu 0,8%, acima da expectativa de recuo de 0,6%. A economia italiana, paralisada pela crise da dívida e por sucessivos programas de ajuste para tranquilizar os mercados, entrou oficialmente em recessão no início do ano, após a contração do PIB de -0,7% no quarto trimestre de 2011 e -0,2% no terceiro. Também a Espanha voltou a entrar formalmente em recessão, ao recuar 0,3% no primeiro trimestre do ano.

Já a Grécia caiu 6,2%, após regredir 7,5% no último trimestre de 2011, segundo as primeiras estimativas oficiais de Atenas. Em março, o Banco Central grego advertiu para o risco de uma recessão mais forte que a esperada este ano, com uma queda estimada do PIB de 4,5%. Em 2011, o país retrocedeu 6,9%.

Desde 2008, quando estourou a crise financeira, os governos europeus cortam gastos para diminuir déficits orçamentários e as empresas estão congelando planos de investimento, fatores que impedem o crescimento. Apesar de duas cúpulas realizadas neste ano e uma terceira planejada para a próxima semana, os líderes da UE têm sido incapazes de encontrar um caminho de retomada da economia. Muitos países do sul da Europa não conseguem evitar as medidas de austeridade, com enormes protestos de rua, como em Madri, ou com a população apoiando partidos políticos radicais nas recentes eleições da Grécia.

O otimismo, em janeiro, de que a zona do euro se recuperaria rapidamente em 2012 foi afetado por contrações inesperadas na manufatura, confiança do consumidor e cautela dos empresários, enquanto um em cada dez trabalhadores da região está sem emprego.
 

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