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China/UE/Crise

Fundo soberano chinês reduz investimentos na Europa

Pela primeira vez desde o início da crise na zona do euro, a China admitiu estar reduzindo seus investimentos na Europa pelo risco de implosão da zona do euro. Em entrevista publicada hoje no Wall Street Journal, Lou Jiwei, presidente do fundo soberano China Investment Corp (CIC), declarou ter limitado as transações com ações e títulos da dívida europeia.

Nota de 100 euros e de 100 yuans sobrepostas.
Nota de 100 euros e de 100 yuans sobrepostas. REUTERS/Petar Kujundzic
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"Existe um risco de implosão da zona do euro e este risco está aumentando a cada dia", afirmou o dirigente chinês ao jornal americano. Lou Jiwei disse ainda que o fundo chinês não pretende comprar os chamados euro-bonds ou euro-obrigações, se esses títulos [em estudo na Comissão Europeia] vierem a ser criados no mercado. "O risco seria alto e o rendimento muito baixo", declarou. O CIC administra um capital de US$ 410 bilhões.

Com o agravamento da crise, a estratégia do CIC é encontrar "oportunidades" no campo dos ativos, mas não investir na dívida soberana. O CIC está particularmente interessado em aplicar recursos no setor de infraestrutura europeu, mas através da compra direta de empresas. 

Até hoje, as autoridades chinesas vinham apoiando os esforços dos líderes da zona do euro para sair da crise, oferecendo liquidez a bancos e estados credores quando necessário. Esta é a primeira vez que Pequim admite publicamente a redução de seus investimentos no continente, que também é seu principal mercado exportador. Lou Jiwei não detalhou em que proporções o China Corp cortou seus investimentos na Europa.

Um estudo divulgado hoje mostra que os investimentos chineses no exterior alcançaram US$ 21,4 bilhões no primeiro trimestre de 2012, senso que boa parte dos recursos foi aplicada no setor de matérias-primas na América Latina. Excetuando essa destinação, a Europa recebeu 83% dos investimentos chineses no exterior.

A União Europeia tenta encontrar uma saída de urgência para recapitalizar os bancos ameaçados de falência, após o agravamento da crise bancária na Espanha, quarta maior economia do bloco.

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