Ministros do G20 vivem impasse entre austeridade e crescimento
Com dificuldades de chegar a um consenso , os principais países do G20 negociam neste sábado, em Moscou, formas de estimular o crescimento em meio à crise global, tendo como pano de fundo contestações cada vez mais amplas contra políticas de austeridade.
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Os ministros das Finanças, do Trabalho e representantes de bancos centrais das 20 maiores economias do mundo estão reunidos desde esta sexta-feira para preparar a cúpula que está marcada para o começo de setembro em São Petersburgo, na Rússia. Um comunicado conjunto sobre o encontro será publicado neste sábado.
Na noite de ontem, o ministro francês, Pierre Moscovici, disse que não havia consenso "espontâneo" entre os países sobre como equilibrar redução de déficits públicos com estímulo à atividade econômica e que, até então, os resultados do G20 em termos de crescimento eram "insuficientes".
"Evidentemente que a redução de déficits é um objetivo de médio prazo, mas ao mesmo tempo a prioridade de curto prazo é o crescimento, o crescimento e o crescimento", insistiu o ministro, dentro da linha que vem defendendo o governo do socialista François Hollande.
O secretário americano do Tesouro, Jacob Lew, pediu que os europeus revejam sua política de austeridade e façam mais pelo crescimento e pelo emprego. Os ministros do Trabalho reunidos também afirmaram que as medidas anticrise têm tidos efeitos "consideráveis" sobre o mercado de trabalho.
Já os alemães continuam a insistir em um foco central sobre a importância das dívidas públicas. O governo da chanceler Angela Merkel é o maior defensor das medidas de austeridade para combater a crise econômica.
Ressaltando mais uma vez que a prioridade do bloco é o crescimento, Pierre Moscovici afirmou ainda que o comunicado final do G20 não fixará objetivos de redução de déficits públicos.
BRICS
Nos encontros de ontem, a Rússia evocou a necessidade de aumentar o nível de investimentos, tema caro aos negociadores dos BRICS, grupo de países emergentes que reúne Brasil, Rússia, India, China e África do Sul. Esses países, motor da economia global nos últimos anos, têm tido uma redução de seu ritmo de crescimento.
Os BRICS querem ainda que o comunicado da reunião trate diretamente do anúncio pelos Estados Unidos do fim da atual política de fortes estímulos à economia do país. Essa mudança tem provocado saída de capital dos países emergentes, enfraquecendo mercados e desvalorizando moedas.
Os ministros devem tratar no comunicado de outros dois temas: regulação financeira e controle da evasão fiscal.
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