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África do Sul/Justiça

Tribunal de Pretória diz que Pistorius não pode ser culpado de crime premeditado

A juíza do Tribunal de Pretória considerou que o atleta paralímpico Oscar Pistorius não pode ser culpado de ter premeditado o assassinato de sua ex-namorada Reeva Steenkamp. A conclusão faz parte do veredicto que está sendo anunciado na manhã desta quinta-feira (11) pelo Tribunal de Pretória.

O ex-atleta sul-africano Oscar Pistorius durante a leitura do veredicto de seu julgamento
O ex-atleta sul-africano Oscar Pistorius durante a leitura do veredicto de seu julgamento REUTERS/Kim Ludbrook/Pool
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Segundo a juíza, Pistorius acreditava que sua vida estava sendo ameaçada no momento em que realizou os disparos que matou sua ex-namorada, no banheiro de sua casa.

"O acusado acreditava que sua vida estava em perigo, e, portanto, não pode ser condenado por assassinato", disse a juíza Thokozile Masipa, que ainda pode condenar o atleta por homicídio ou absolvê-lo.

A leitura do veredicto começou na manhã desta quinta-feira (11) e deve durar várias horas.Durante a leitura, que teve início às 9h30 pelo horário local, a juíza rejeitou dois testemunhos considerados cruciais, o de um casal que morava ao lado da casa de Pistorius. Segundo ela, Michelle Burger e seu marido se "enganaram na interpretação do que ouviram" e o depoimento deles "não é confiável".

"Ele (o depoimento) deve ser rejeitado na sua totalidade", disse a juíza, destacando a grande distância - mais de 100 metros da casa de Pistorius - onde se encontrava a vizinha no momento do assassinato. A juíza Masipa considerou que a maior parte dos depoimentos, tanto os da acusação como os da defesa, deram uma versão "incorreta" dos fatos. Ela salientou que a percepção e a memória humana são "falíveis".

Sem intenção de matar

Durante o processo, Oscar Pistorius, de 27 anos, afirmou várias vezes que não teve intenção de matar a ex- modelo e ex-namorada Reeva Steenkamp.

Caso seja condenado a uma pena de prisão, ela não será anunciada ao mesmo tempo que o veredicto. A pena deve ser adotada separadamente, dentro de três ou quatro semanas, ao final de um outro processo, mais curto, no qual a defesa poderá mencionar circunstâncias atenuantes, como sua deficiência, por exemplo.

Diante da celebridade de Pistorius, o final do processo atrai uma multidão ao tribunal de Petrória. Poucos acreditam em uma absolvição já que não há dúvidas de que ele matou mesmo sua ex-namorada na noite de São Valentim, em fevereiro do ano passado. Resta saber a pena que a justiça vai aplicar neste caso que provocou grande comoção na África do Sul e em todo o mundo.

 

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