Presidente alemão anuncia a sua demissão

A renúncia do presidente da Alemanha, Horst Köhler, nesta segunda-feira, surpreendeu até mesmo os adversários políticos. Em uma breve declaração na televisão, feita ao lado da sua esposa, Köhler disse que sua renúncia tem efeito imediato.

O presidente alemão Horst Köhler. Reuters

O gesto é uma má notícia para o governo da chanceler alemã Angela Merkel. Köhler, ex-diretor do Fundo Monetário Internacional, é membro da União Democrata Cristã, mesmo partido da chanceler. Apesar de o cargo de presidente ser essencialmente simbólico, já que o poder está nas mãos de Merkel, o presidente federal tem um grande prestígio.

Köhler deixa a presidência alemã poucos dias após polêmicas declarações no Afeganistão sobre as missões internacionais do exército alemão. Na semana passada, ele afirmou que a presença alemã no Afeganistão também tinha o objetivo de defender os interesses econômicos alemães, uma afirmação que foi mal recebida pela opinião pública.

Para a chanceler alemã, que já tem sido muito criticada pela sua política externa no Afeganistão, a escolha de um novo presidente é um novo desafio. Nesse momento de crise, ela terá que escolher um candidato dentro do seu partido. O presidente é eleito por um conselho especial formado por membros do Parlamento e representantes da sociedade civil.

Köhler, que assumiu um  segundo mandato de cinco anos em 2009, afirmou ter sido mal interpretado em suas declarações e lamentou que as críticas tenham forçado sua renúncia. As reações violentas às suas declarações mostram que, 65 anos após a queda do regime nazista na Alemanha, os assuntos relacionados à presença militar alemã no exterior continuam sendo extremamente sensíveis. E, grande parte da população alemã, é contra a missão alemã no Afeganistão.